A defesa de Bruno Henrique, atacante do Flamengo, protocolou um pedido de arquivamento do inquérito que investiga uma suposta fraude ligada à manipulação de apostas esportivas. O jogador é acusado de, supostamente, forçar um cartão amarelo para favorecer apostadores. De acordo com documento obtido pelo portal LeoDias, os advogados argumentam que a conduta não configura crime na legislação brasileira.
No pedido, a defesa sustenta que o ato não teve impacto no resultado da partida, requisito necessário para enquadramento no artigo 200 da Lei Geral do Esporte. Os advogados também destacam que não há, hoje, previsão legal que criminalize o repasse de informações privilegiadas nesse contexto. Como reforço, citam a CPI das Apostas Esportivas, que sugeriu a criação de um novo tipo penal justamente por reconhecer lacunas na lei atual.
Os advogados também recorrem ao princípio da insignificância para contestar a acusação de estelionato. Segundo eles, os ganhos dos apostadores variaram de R$128 a R$1.268, somando aproximadamente R$15 mil, montante considerado irrelevante se comparado ao faturamento das casas de apostas, estimado em R$12 bilhões anuais. A prática de forçar cartões, segundo a defesa, é recorrente no futebol, utilizada como estratégia tática por jogadores e comissões técnicas.
O documento ainda critica a atuação da Polícia Federal, classificando como “excesso” a tentativa de enquadrar o caso como estelionato, já que Bruno Henrique não participou diretamente das apostas nem obteve qualquer vantagem financeira. “É ilógico presumir que um jogador com mais de 100 gols e 15 títulos pelo Flamengo colocaria seu próprio clube em risco para beneficiar terceiros”, afirma a petição.
O pedido foi encaminhado à 7ª Vara Criminal de Brasília, que agora decidirá se arquiva o processo ou o encaminha para análise do Ministério Público.
Crédito imagem: Reprodução/Instagram@flamengo
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