A organização Educafro Brasil, que representa o movimento negro, ingressou com ação civil pública contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Conmebol buscando responsabilização por “omissão” na luta contra o racismo no futebol sul-americano. A ação foi protocolada na última sexta-feira (21), Dia Internacional contra a Discriminação Racial.
De acordo com a Educafro, a CBF e a Conmebol têm sido “omissas e coniventes com o racismo no futebol, aplicando punições brandas e não adotando medidas eficazes para prevenir e reprimir atos racistas”.
“A CBF tem sido omissa na qualificação do combate antirracista. Ainda, entendemos que todas as entidades de cada país filiado são corresponsáveis pelos acertos ou erros da Conmebol. Como o racismo tem acontecido de forma recorrente e sistêmica contra o futebol brasileiro, estamos convictos de que a CBF é responsável e deve assumir sua culpa na reparação do dano”, afirmou o frei David Santos, diretor-executivo da Educafro Brasil.
“A intervenção do Judiciário brasileiro se faz necessária para assegurar a devida reparação do dano coletivo, bem como para exigir compromissos efetivos da entidade desportiva na prevenção e repressão de manifestações racistas em suas competições”, diz outro trecho da representação.
A ação também é baseada na polêmica declaração do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que disse que a Libertadores sem a participação de clubes brasileiros seria “como Tarzan sem a Chita”.
A Educafro Brasil pede à Justiça do Distrito Federal indenização de 20% do faturamento bruto anual dessas entidades, correspondente a R$ 750 milhões por danos morais coletivos causados contra a comunidade afro-brasileira, a ser destinada ao fundo de reconstrução dos bens lesados, além de exigir que a Conmebol defina um representante legal no Brasil.
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