Sindicato cofundado por Djokovic processa todos órgãos dirigentes do tênis: “sistema corrupto, ilegal e abusivo”

Em um comunicado nesta terça-feira (18), a Associação de Jogadores Profissionais de Tênis (PTPA) anunciou que entrou com uma série de ações legais contra as principais entidades que governam o esporte que são acusados de operar um “sistema corrupto, ilegal e abusivo” que equivale a um monopólio.

Os réus incluem todos os principais órgãos governamentais do tênis, são eles: a Federação Internacional de Tênis (ITF), a Associação de Tenistas Profissionais (ATP), a Associação Feminina de Tenistas (WTA) e a Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA).

“Hoje, a PTPA, juntamente com mais de uma dúzia de jogadores de tênis profissionais, e em nome de toda a população de jogadores, e o renomado escritório de advocacia internacional e defensores históricos de jogadores Weil, Gotshal & Manges LLP iniciaram uma série de ações legais nos EUA, Reino Unido e UE contra os órgãos governamentais do esporte”, diz o comunicado do sindicato cofundado pelo sérvio Novak Djokovic.

“O tênis está quebrado. Por trás do verniz glamoroso que os réus promovem, os jogadores estão presos em um sistema injusto que explora seu talento, suprime seus ganhos e coloca em risco sua saúde e segurança”, disse Ahmad Nassar, diretor executivo da PTPA.

O dirigente disse que todas as opções de reforma por meio do diálogo foram esgotadas.

“Os órgãos governamentais não nos deixam outra escolha a não ser buscar responsabilização por meio dos tribunais. Corrigir essas falhas sistêmicas não é sobre interromper o tênis — é sobre salvá-lo para as gerações de jogadores e fãs que virão”, disse Nassar.

A PTPA afirma que as ações judiciais revelam como órgãos governamentais corruptos do tênis abusam, silenciam e exploram sistematicamente os jogadores para obter lucros pessoais por meio do controle monopolista. Além disso, a entidade garante que a atitude foi apoiada esmagadoramente pelos 250 melhores jogadores masculinos e femininos, incluindo a maioria do top 20.

Na acusação, a associação diz que acordos e arranjos para suprimir a competição entre os torneios acabam impedindo que os jogadores tenham maiores oportunidades de ganho.

“Essas restrições ilegais permitem que o cartel pague uma compensação artificialmente baixa a jogadores de tênis profissionais”, alega o sindicado dos tenistas.

Para a entidade, tudo isso limita o prêmio em dinheiro que os torneios concedem e limita a capacidade dos jogadores de ganhar dinheiro fora da quadra.

“Em 2024, o US Open faturou US$ 12,8 milhões com a venda de um único coquetel especial, o que foi mais do que pagou aos dois campeões de simples combinados”, destacou a PTPA em seu comunicado.

As reclamações são somente relativas às questões financeiras. A definição dos rankings e o calendário do tênis mundial também está em pauta.

“O sistema (de ranking) afasta os jogadores de quaisquer eventos alternativos que poderiam existir em um mercado livre e os força a competir apenas nos torneios dos réus se quiserem jogar tênis profissionalmente”, diz o comunicado.

Em relação ao calendário, a principal reclamação é o fato de a temporada profissional de tênis se estender por 11 meses, deixando pouco ou nenhum espaço para os jogadores descansarem e se recuperarem. A PTPT alega que o calendário é insustentável, exige demais dos tenistas e impede que eles passem tempo com a família ou se recuperem de lesões.

Outros pontos destacados pela entidade foram o desrespeito aos tenistas, obrigados às vezes a jogar sob forte calor e madrugada adentro, e a violação de direitos de privacidade, criticando a forma como são feitos os testes antidoping, em horários inoportunos e muitas vezes com interrogatórios sem representação legal.

Crédito imagem: Brycia James | Getty Images

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