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A Copa do Mundo com 64 seleções: o futuro do futebol de seleções?

A FIFA já surpreendeu o mundo ao anunciar que, a partir de 2026, a Copa do Mundo passará a contar com 48 seleções. Agora, surgem rumores de que, para 2030, o número pode saltar para 64 equipes, o que ampliaria ainda mais o torneio e sua representatividade global. Se, por um lado, essa expansão parece exagerada à primeira vista, por outro, faz mais sentido do que o formato de 48 times, que possui uma fórmula de disputa esquisita e truncada. Com 64 equipes, a lógica da competição seria mais clara, semelhante ao que já acontece na Copa do Mundo Sub-20 e em outros torneios.

Mas o que ganhamos e o que perdemos com essa mudança?

Mais seleções, mais visibilidade, mas e a qualidade técnica?

A principal crítica a um Mundial tão inchado é a possível queda no nível técnico. Com 32 equipes, já vemos alguns confrontos desequilibrados na fase de grupos; com 64, a tendência é que seleções de menor tradição, sem experiência em grandes competições, sofram ainda mais. O torneio poderia perder em competitividade e intensidade, especialmente na fase inicial.

Entretanto, há um lado positivo: um Mundial com mais seleções daria oportunidade a países emergentes no futebol, ampliando o alcance do esporte e gerando maior engajamento em regiões que hoje raramente disputam a Copa. Além disso, as grandes seleções continuariam sendo as favoritas, e o crescimento do futebol global poderia trazer surpresas agradáveis, como já vimos em edições passadas com Islândia, Coreia do Sul e Marrocos.

Logística: um desafio gigantesco

Outro grande problema de um Mundial com 64 times seria a organização. Mesmo com uma divisão entre sedes, como ocorrerá em 2026 entre Estados Unidos, Canadá e México, deslocamentos, hospedagem e estrutura para acomodar tantas seleções e torcedores se tornariam desafios ainda maiores. Isso poderia tornar inviável a realização em países menores, centralizando o torneio apenas em potências econômicas.

Uma solução para valorizar a elite do futebol

Caso essa ampliação se confirme, a FIFA poderia criar mecanismos para preservar o valor competitivo do torneio e evitar que seleções tradicionais tenham que disputar longas eliminatórias contra adversários de nível muito inferior. Uma sugestão interessante seria garantir vagas automáticas às seleções campeãs do mundo, algo que respeitaria a tradição e evitaria o risco de ausências históricas, como já aconteceu com Itália, Holanda e Uruguai.

Outra ideia seria criar uma Liga dos Campeões FIFA, reunindo as seleções campeãs do mundo para disputarem um torneio paralelo durante as Datas FIFA, enquanto as demais seleções jogam suas eliminatórias. Isso manteria o alto nível do futebol internacional e valorizaria os campeões do passado.

Conclusão

A Copa do Mundo com 64 seleções parece inevitável em um futuro próximo. Se bem organizada, pode ampliar a globalização do futebol e consolidar novas forças no cenário internacional. Mas, para que o torneio não perca sua competitividade, a FIFA precisará pensar em ajustes que garantam um equilíbrio técnico e logístico, evitando que o torneio se torne inchado e sem emoção. Se bem planejada, essa revolução pode ser positiva; se mal estruturada, pode banalizar o maior evento esportivo do planeta.

Crédito imagem: Matthias Hangst/Getty Images

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