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À espera de uma ambulância – como exigir tanto dos árbitros, se faltam estrutura e exemplos de quem comanda?

Dia 5 de julho 2019, mais um teste físico para os árbitros da Federação Paulista de Futebol que integram o quadro da CBF, com alguns problemas antigos e um novo a serem enfrentados.

Marcado para a chegada do quadro de arbitragem às 16h na pista de atletismo do Ginásio do Bolão, em Jundiaí, e com início previsto logo em seguida, a sequência normalmente começa com o teste dos árbitros; em seguida, assistentes índices masculinos, depois árbitras e por último assistentes índices femininos. Uma das exigências para a realização do teste é a presença de uma ambulância e médico disponíveis para possível emergência. Contudo, a ambulância e médico, apesar de a federação ter contratado, não chegaram ao local no horário previsto. Os testes da CBF são regionalizados e organizados pelas federações; a CBF tem um instrutor de um estado distinto da federação local para acompanhar todo o processo.

A ambulância foi chegar por volta das 18h30, mas sem médico, que chegou em torno de 40 minutos depois. Ou seja, a primeira turma começou por volta das 19h30, mais de três horas de espera. Já a última, por volta das 22h30, mas estavam lá desde as 16h, em uma das noites mais frias do ano.

Há preparos para treinos e principalmente um teste, inclusive horários para uma alimentação adequada, algo que se torna difícil ou praticamente impossível em tais condições oferecidas hoje aos árbitros. Além do desgaste psicológico, a tensão da incerteza da chegada ou não da ambulância e se o teste físico vai acontecer ou ser adiado. A questão física e psicológica se torna mais um item de superação para uma prova que é desgastante por si só.

Isso aconteceu pelo teste físico da CBF com organização da federação local, porém, é importante ressaltar que outros problemas com a organização já ocorreram e se tornam até constantes em certos pontos. A Federação Paulista de Futebol cancelou neste ano um teste físico por volta das 23h da noite anterior ao dia marcado. Muitos árbitros viajam um dia antes, por morarem a mais de 300 km do local, e quando viajam no mesmo dia ainda podem ter umas três horas de estrada ou mais.

A CBF e a Federação Paulista fazem em torno de dois a três testes físicos e ainda uma prova teórica por ano com seus árbitros.

Antigamente os testes físicos e provas teóricas eram realizados em locais distintos, às vezes nos mesmos dias e em outras em dias diferentes. Em relação às provas teóricas sobre as regras do jogo, é importante ressaltar o avanço para a formatação online. Dessa forma, muitas vezes não necessitando que o árbitro saia de sua cidade para realizá-la, pois muitos moram a uma distância significativa da capital, tendo que dispor de grande tempo para locomoção e também dinheiro (gastos por conta própria). Sobre o teste físico há alguns anos, os horários eram definidos previamente, ou seja, a turma que faria às 18h poderia chegar somente um pouco antes, não precisando estar lá logo no início da primeira turma.

Entretanto, de algum tempo para cá, somente é definido o horário inicial, e todos devem chegar ao mesmo tempo. No início do ano de 2019, em outra avaliação da CBF, o horário de chegada ao Ginásio do Bolão, em Jundiaí, era em torno das 13h, para a prova teórica começar às 14h, e a primeira turma do teste físico ser aberta às 16h. Estando todos no local, aparentemente tudo em ordem, a primeira turma de árbitros teve permissão de entrar na pista em torno somente das 17h, e a última, em torno das 20h, ou seja, mais de seis horas após o término da avaliação de regras, esperando para a física.

Ressalta-se que o modelo do teste físico aplicado é assunto para um artigo à parte, de forma a ser detalhado mais especificamente.

Erros acontecem, falhas também, mas o problema é quando a organização e planejamento inadequados se tornam frequentes e comprometem não só a estrutura, como também a saúde de quem participa.

A forma antiga dos testes funcionava bem. Nem sempre optar pelo que foi feito anteriormente é retroceder.

Respeitar os árbitros é um princípio fundamental para que a arbitragem possa se desenvolver e evoluir.

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