A UEFA tem consolidado ano após ano a sua hegemonia e o seu poder no futebol. A Europa tem os melhores times, os melhores atletas, os maiores recursos. Nas competições, a UEFA não perde um Mundial de Clubes desde 2012 (quando o Corinthians venceu o Chelsea), e conquistou todas as Copas do Mundo entre 2006 e 2018.
Em 2002 quando perde do Brasil, a UEFA teve a Alemanha na final e em 2022, com o título da Argentina, a França representou a Europa na finalíssima.
Entretanto, apesar dos títulos sulamericanos em 2002 e 2022, a grande maioria dos jogadores campeões do mundo atuavam em clubes europeus.
A única forma de competir economicamente com a Europa é a união das Américas.
Os 10 países da América do Sul sozinhos não conseguem manter disputas de alto índice técnico e com grande atrativo.
As Américas do Norte e Central, por seu turno, embora possuam mais países, tem suas competições dominadas por mexicanos e, eventualmente norte-americanos.
Há muito se fala em uma Libertadores de todo continente ou em uma Copa Panamericana.
Considerando a ausência de estrutura logística e as distâncias, uma competição em que um clube jogasse no Uruguai em uma quarta e na outra no Canadá ou no Belize pode não ser tão simples.
Por outro lado, uma Copa América unificada, em sede única, como já realizada, sempre pareceu um caminho natural.
Além dos entraves logísticos, sempre houve questões políticas envolvendo os dirigentes que não querem perder o poder sobre suas Confederações.
Entretanto, enfim, no início deste ano, Conmebol e Concacaf resolveram firmar um convênio para realização de uma Copa América com Seleções das duas entidades em modelo semelhante à “Centenário”, bem como a criação de uma competição no modelo “final four” com 2 seleções de cada “continente”.
Houve, também, convênio para integração no futebol feminino com a participação de 4 sulamericanos na Concacaf Gold Cup W 2024.
De todas essas medidas, a que mais empolga é o torneio de clubes.
Neste ano, por exemplo, o “final four” poderia ser disputado pelos finalistas da Libertadores (Flamengo e Palmeiras) e da Concachampions (Seattle e Pumas). A competição reuniria 3 das quatro maiores economias das Américas.
Para os times brasileiros, argentinos e mexicanos se aproximarem do faturamento dos europeus o mercado norte-americano é fundamental.
Não é a primeira tentativa de integração. Entre 1968 e 1998, foi realizada a Copa Interamericana com os campeões da Conmebol e da Concacaf.
A disputa nunca atraiu muita visibilidade, tanto que dos brasileiros campeões da Libertadores, somente o Vasco disputou a competição em 1999 (quando perdeu para o DC United dos EUA).
A partir dos anos 90, houve participação de clubes dos EUA e do México na Copa Merconorte e de mexicanos na Libertadores e na Sulamericana.
A tendência é que no momento atual como maior integração das telecomunicações e da tecnologia, a “Final Four” que poderia se chamar Copa Panamericana, consiga bons patrocinadores e grande visibilidade da mídia.
Esta união entre Concacaf e Conmebol é fundamental para a diminuição do abismo entre o futebol das Américas e da Europa.
Crédito imagem: getty images
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