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Após crise causada pela pandemia aos clubes, Uefa quer mudar regras do Fair Play Financeiro para 2022

As regras do Fair Play Financeiro da Uefa (FFP) deverão passar por mudanças drásticas nos próximos meses. Com a Covid-19 criando uma crise “muito diferente de tudo o que já foi enfrentado”, segundo os dirigentes, a ideia é de que as novas regras passem a se concentrar nos níveis salariais dos clubes e na escala de taxas no mercado de transferências. A informação foi divulgada pelo jornal The Guardian.

Em uma reunião realizada nesta quinta-feira (25) entre funcionários da Uefa e da União Europeia, a diretora de pesquisa e estabilidade financeira da entidade, Andrea Traverso, disse que a solução “não é fácil” e que não deve haver uma suposição de que as novas regras seriam mais flexíveis.

“A Covid-19 gerou uma crise de receita e teve um grande impacto na liquidez dos clubes. Esta é uma crise muito diferente de tudo que tivemos de enfrentar antes. Em tal situação, obviamente os clubes estão lutando; têm dificuldade em cumprir com suas obrigações”, disse a dirigente.

“Acho que em geral as regras devem sempre evoluir. Eles precisam se adaptar ao contexto em que os clubes operam. A regra do ponto de equilíbrio, da forma como funciona agora, parece para trás: realiza uma avaliação de uma situação no passado (olhando para lucros e perdas nas três temporadas anteriores). A pandemia representa uma mudança tão abrupta que olhar para o passado está se tornando sem propósito. Então, talvez as regras devam ter um foco mais forte no presente e no futuro e, definitivamente, devem ter um foco mais forte nos desafios dos altos níveis de salários e no mercado de transferências. A solução disso não é fácil”, completa Traverso.

A Uefa iniciou uma consulta sobre como reformar o FFP. Traverso afirma que a entidade espera um processo “rápido, mas cuidadoso” para ser concluído até o final do ano.

“Aqueles que estão dizendo que as regras serão abandonadas ou relaxadas estão apenas especulando. As regras podem ser diferentes, claro, mas isso não significa necessariamente que as regras serão menos rigorosas. Pelo contrário, quando ocorrem situações graves, muitas vezes, elas requerem medidas mais fortes”, afirma Traverso.

Os comentários da dirigente estão alinhados com as declarações do presidente da European Club Association, presidida por Andrea Agnelli, da Juventus, que disse que os clubes deveriam ter a capacidade de ajustar os contratos dos jogadores em caso de crise financeira, como a causada pela pandemia, e pediu regulamentações para não visar lucro e perda, mas ao mesmo tempo com foco “no balanço e em ter esses critérios atendidos a médio e longo prazo”.

O Fair Play Financeiro foi criado para frear a atividade das equipes mais poderosas no mercado. Atualmente o mecanismo está suspendo por conta da pandemia de Covid-19, isso porque com a suspensão das competições em 2020 e as partidas sem público nos estádios, os clubes sofreram grandes perdas de arrecadação e muitos estão operando no vermelho na última temporada e na atual.

Crédito imagem: Uefa

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