Cerca de 48 horas após os Estados Unidos anunciarem o boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, a Austrália decidiu seguir o mesmo caminho e também informou que não enviará nenhum funcionário do alto escalão de seu governo ao evento. A atitude dos dois países é uma resposta às acusações de abusos de direitos humanos da minoria muçulmana uigur por parte do governo chinês. A informação foi revelada pelo ‘ge’.
O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, confirmou a decisão, mas ressaltou que, assim como os Estados Unidos, os atletas não terão suas participações afetadas no evento por conta da atitude. Em pronunciamento, Morrison evitou falar em “boicote” e destacou as supostas violações dos direitos humanos na região de Xianjing.
“As pessoas estão cientes de que temos levantado uma série de questões que não foram bem recebidas na China e que há um desacordo entre nós sobre essas questões. As violações dos direitos humanos em Xinjiang e muitas outras questões que a Austrália tem levantado consistentemente – estamos muito satisfeitos e muito felizes em conversar com o governo chinês sobre essas questões e não houve obstáculo para que isso ocorresse do nosso lado, mas o governo chinês não aceitou essas oportunidades de nos encontrarmos para tratar essas questões. Portanto, não é de se surpreender que as autoridades do governo australiano não estivessem indo à China para esses Jogos. Mas os atletas australianos vão”, declarou o primeiro-ministro nesta quarta-feira (8).
O Comitê Olímpico Australiano (AOC, em inglês) disse que recebeu o apoio de Morrison para a participação da entidade nos Jogos, porém, reforçou que “as opções diplomáticas são assunto do governo e que política e esporte devem ser separados”.
Crédito imagem: Reuters
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