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Black Friday da discórdia

A Black Friday deste ano foi além das promoções das lojas e chegou ao futebol trazendo grande polêmica. Isso porque o jornal italiano “Corriere dello Sport” estampou em sua capa a manchete “Black Friday” com as fotos dos atletas negros Lukalu da Inter de Milão e Smalling da Roma para destacar as partidas das equipes.

Rapidamente, as redes sociais movimentaram-se e o jornal tem sido acusado de racismo. A repercussão foi tamanha que os clubes os atletas soltaram notas criticando o jornal.

A Black Friday, literalmente “Sexta-Feira Negra” em inglês, foi criada nos Estados Unidos e tem como origem a crise na bolsa de valores, uma vez que o adjetivo “negro” foi usado durante muitos séculos para retratar diversos tipos de calamidades

Conceitualmente, o racismo preconiza hierarquização baseada na ideia de raça, ou seja, em relações de poder estabelecidas entre grupos que se consideram raciais, implicando na limitação de oportunidades de vida do grupo subordinado.

No caso em questão, o jornal italiano não fez qualquer hierarquização em desfavor aos atletas negros, pelo contrário, trouxe destaque ao fato dos principais jogadores de Inter de Milão e Roma serem negros.

A manchete “Black Friday” trouxe um trocadilho ao nome do evento de descontos típico dos EUA e inverteu completamente a adjetivação de calamidade que originou o a “Sexta-Feira Negra” ao enaltecer os atletas negros como destaques do final de semana futebolístico.

A palavra “negro” ou “negra” não é ofensiva, uma vez que trata ao fenótipo humano de pele escura em relação a outros grupos étnico racial.

Situações como esta do “Corriere dello Sport” traz a sensação de que as pessoas procuram criar polêmicas e discórdias onde não existe. As pessoas no mundo atual têm deixado a emoção e a agressividade superarem a razão.

Basta uma simples leitura e pouquíssimo esforço interpretativo para concluir que o “Corriere dello Sport” não trouxe qualquer ofensa à raça negra ou aos atletas negros.

O próprio jornal italiano em nota destacou que “Branco, negro, amarelo. Negar a diferencia é um típico obstáculo macroscópico do racismo antirracista” e ressaltou que “o ‘Black Friday’, para aqueles que querem e podem entender, foi e é apenas um elogio à diferença diferencia, um orgulho da diferencia, a magnífica riqueza da diferencia”, e encerrou o comunicado apontando que “se não compreende, é porque não pode fazê-lo ou porque o faz. Um título inocente, (…), se transforma em veneno por quem tem o veneno dentro”.

Enfim, no caso em questão, infelizmente, constata-se que o racismo está profundamente arraigado na cabeça e na (in)capacidade interpretativa dos que se dizem antirracistas.

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