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Bola saiu, falta, escanteio, gol, impedimento. E se tivesse o VAR no clássico paulista?

Quem nunca cometeu um erro no trabalho, por mais simples que fosse? Porém, esse equívoco não poderia ser evitado? O que faltou? Concentração, foco, confiança, preparo, capacitação? Trazendo para o futebol, pode-se perguntar ainda posicionamento, leitura de jogo…

No clássico paulista Corinthians x São Paulo, houve polêmicas em lances que antecederam as jogadas dos dois primeiros gols.

Na jogada que antecede o escanteio no primeiro gol do Corinthians, a bola teria saído, como se observa na imagem acima.

Deveria ser marcado tiro de meta pela arbitragem, porém, não aconteceu; a jogada prosseguiu, o Corinthians obteve um escanteio em seguida, que originou o primeiro gol.

Concentração e foco são relevantes para todo trabalho executado, mas o posicionamento em campo também é fundamental para se acertar um lance. Isso tudo funcionou bem na hora de dar o gol do Corinthians, em que a bola entra por inteiro em lance ajustado; já não foi eficaz na não marcação de tiro de meta para o São Paulo na jogada anterior.

Em relação ao São Paulo, algo parecido ocorreu: na jogada antecedente ao escanteio que resulta em seu gol, uma falta é reclamada.

E no jogo da Copa do Brasil entre Aparecidense x Ponte Preta, um gol foi assinalado e depois marcado impedimento.

Regra do jogo difere nos lances do clássico para o da Copa do Brasil? Seria diferente se houvesse o VAR?

Regra 5 – O Árbitro
2. Decisões do Árbitro
10. Caso o jogo tenha sido parado e foi reiniciado, o árbitro não poderá realizar uma “revisão”, exceto em casos de identidade equivocada ou por possíveis infrações passíveis de expulsão, relativas a condutas violentas, cusparadas, mordidas ou gestos extremamente ofensivos, injuriosos e/ou abusivos.

A regra 5, como descrito acima, mostra que, depois de reiniciado o jogo, o árbitro só poderia voltar atrás em sua decisão se fosse por uma questão disciplinar, mas não técnica. Em ambos os gols, a saída de bola para tiro de meta e a falta antes do tiro de canto são decisões técnicas, ou seja, quando a partida foi reiniciada com os escanteios, tornou-se impossível revogar as decisões dos gols.
Já na Copa do Brasil, o gol foi dado e, antes de o jogo ser reiniciado com o tiro de saída, a decisão foi anulada, e o impedimento, marcado. Se o tiro de saída tivesse sido realizado e o erro fosse percebido depois disso, o gol teria de ser mantido.

A discussão pode ser muito mais ampla se entrarmos em procedimentos adotados para o lance da Ponte Preta, porém, o objetivo é esclarecer o que a regra permite ou não.

O VAR, no clássico, não poderia ser utilizado, pois a bola que teria saído e a infração cometida não resultaram diretamente nos gols para ser feita a revisão, mas o gol anulado por impedimento da Ponte Preta, sim, teria a interferência da tecnologia, por constar no item “a” do protocolo do VAR.

A velha frase já dizia: “errar é humano”.

Ninguém quer errar, no trabalho ou na vida. Quem não gostaria de tomar todas as decisões corretas? E o árbitro, em uma partida, tem em torno de 200 decisões para serem tomadas, com graus de complexidades distintos. Que maravilha seria acertar todas.

Erro humano acontece, porém, não pode ser desculpa para se esconder e não buscar a excelência. Há erros compreensíveis e justificáveis, outros difíceis de serem defendidos, até por questões de comprometimento e profissionalismo.

O VAR veio para ajudar. A tecnologia é realidade na vida cotidiana, e no futebol também deve ser. Ajuda a legitimar os resultados em mais de 90% dos casos. Ainda não é a solução para todos os problemas, mas pode ser aprimorado em alguns pontos, aumentando ainda mais a eficácia do resultado final.

A tecnologia e o humano precisam ser constantemente trabalhados e aprimorados em busca da excelência.

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