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Cancelamento da F1 em São Paulo: especialistas avaliam impactos econômicos

A F1 oficializou na última sexta-feira (24), o cancelamento de algumas etapas da competição mundial automobilística nas Américas programadas para a temporada 2020. Os GPs do Estados Unidos, Canadá, México e Brasil foram retirados do cronograma devido aos desdobramentos da pandemia do novo coronavírus.

Desde 1973, ano em que passou a integrar o quadro de provas da F1, será a primeira temporada que o GP do Brasil não sediará provas. O cancelamento do evento representará uma perda expressiva aos cofres da cidade de São Paulo.

Na temporada passada, o GP de Interlagos proporcionou um aumento de R$ 361 milhões na economia do município. Em 2018, o evento movimentou R$ 334 milhões, aponta uma pesquisa do Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris, empresa responsável pelo turismo da capital paulista.

Para o consultor especializado em marketing esportivo e colaborador do Lei em Campo Amir Somoggi, o cancelamento da F1 deste ano terá um impacto econômico ‘brutal’ à São Paulo.

“É um dos maiores eventos da cidade. Em três dias movimenta mais de R$ 330 milhões, sendo que boa parte desse valor é gasto por turistas que vêm até São Paulo participar do evento. Será uma perda econômica muito acentuada”, afirmou o consultor.

Na temporada passada, 158 mil pessoas estiveram em Interlagos nos três dias de evento, registrando assim o maior e melhor público desde a temporada de 2001.

“São 4 a 7 dias de muita movimentação na cidade, de brasileiros e estrangeiros que acompanham a modalidade pelo mundo. Imagino até que o câmbio desvalorizado em relação a anos anteriores seria capaz de trazer mais estrangeiros”, analisou o economista César Grafietti.

Diversos setores sofrerão os impactos econômicos da decisão, entre eles, o de serviço, turismo e público devem ser os mais afetados segundo os especialistas.

“Todos os setores envolvidos terão prejuízos, alguns de forma mais acentuada. O setor de turismo já está sem arrecadar por conta da pandemia, o cancelamento agrava ainda mais essa situação. Pessoas deixarão de gastar em restaurantes, hospedagens e transportes. Já o setor público também sofrerá impactos, a arrecadação com impostos não acontecerá”, afirmou Amir.

“O setor de eventos também sofre muito, pois a pandemia cancelou inúmeras feiras e convenções, e seria uma possibilidade de várias ações pela cidade. É uma pena, pois a economia da cidade perde uma oportunidade importante que ajudaria na recuperação. Neste momento todas as possibilidades de trazer dinheiro para a cidade são relevantes”, concluiu Grafietti.

O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), lamentou a decisão, afirmando que o município estaria preparado para receber o GP:

“Nós, ao longo dessas semanas, enviamos todos os dados à organização do evento, mostrando que a realidade da cidade de São Paulo e do estado são bem diferentes da realidade brasileira. A projeção mostra que em novembro estaremos numa situação bem melhor do que estavam países europeus onde já tivemos a realização de Grandes Prêmios”, disse o prefeito durante entrevista coletiva na sexta-feira.

A notícia da não realização do GP do Brasil em 2020 chega em um momento no qual São Paulo e Rio de Janeiro disputam a sede da F1 no país, na qual o contrato com a capital paulista se encerra neste ano. A prefeitura e o governo de São Paulo estão otimistas em manter a cidade como a sede da competição no Brasil.

Crédito imagem: Getty Images

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