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Candidatos à prefeitura de Belo Horizonte reconhecem o esporte como direito social

A capital mineira tem número recorde de candidatos a prefeito nas eleições deste ano. São 15 chapas registradas. E o Lei em Campo apresenta as propostas contidas nos planos de governo dos três principais concorrentes em Belo Horizonte.

A pesquisa Ibope divulgada na última segunda-feira (9) aponta Alexandre Kalil (PSD) com 62% das intenções de voto. João Vitor Xavier (Cidadania) e Áurea Carolina (PSOL) aparecem com 7% e 5%, respectivamente.

“Os três candidatos demonstram compreensão do esporte como direito social e foco no acesso da população. Não em políticas de alto rendimento que demandam grande alocação de recursos para um número bastante limitado de beneficiários”, avalia Silvia Gonçalves, advogada especialista em política pública esportiva.

No entanto, as propostas não apontam metas de impacto. Muito talvez pela falta de dados e informações quanto a realidade do acesso ao esporte na cidade. Justificativa que não cabe a Alexandre Kalil, atual prefeito e candidato à reeleição.

Quem pratica esporte e qual a periodicidade? Quais são os entraves para se ter mais praticantes? Especialistas explicam que as respostas a essas perguntas podem ser diferentes por faixas etárias, gênero, região de residência, renda e escolaridade. Entender o problema é o primeiro passo para apresentar soluções efetivas.

Apesar da ausência de dados, o plano de Alexandre Kalil é bem detalhado e tem como objetivo uma política esportiva de democratização do acesso para atender a população, como a ampliação do Projeto Várzea Viva.

“Ainda é uma das principais formas de integração esportiva por parte das populações não apenas do centro-sul, mas das regiões mais periféricas de Belo Horizonte. É a principal atividade de lazer em área pública dessas regiões. Isso gera um sentimento de que está sendo feito algo. Há muita demanda e carência”, informa Adriano Cerqueira, cientista político e professor do IBMEC-BH e da UFOP.

João Vitor Xavier (Cidadania) também reconhece que há uma desigualdade relacionada a renda e acesso. Por isso, sua política esportiva tem foco nas áreas de maior vulnerabilidade. “Outro ponto positivo é a identificação da escola como espaço do fomento da prática. Estudos provam que boas experiências com atividade física e esporte na infância são determinantes para que adultos continuem ativos no decorrer da vida. Muitas vezes a educação física é a primeira experiência da criança com esporte”, pondera Silvia Gonçalves.

Áurea Carolina (PSOL), assim como João Vitor, aborda o espaço da escola como um vetor de incentivo à prática esportiva e se mostra preocupada com a diversificação da oferta para crianças e jovens, além de portadores de necessidades especiais, o que tornaria Belo Horizonte mais inclusiva.

“É uma proposta com um caráter ideologizado, ao integrar ideias do esporte com outras áreas da política”, pontua Adriano Cerqueira.

Silvia Gonçalves lembrou que Áurea foi a única entre os três candidatos da capital mineira a discorrer sobre a transversalidade da política, que conversa com outras áreas sociais e com o direito à cidade. “Planejamento conjunto das pastas tem o potencial de evitar duplicidade de ações e faz com que os recursos públicos sejam melhor geridos e aplicados”, completa.

Para tanto, Áurea também pretende elaborar um plano municipal de esporte, com orçamento mínimo garantido e trazer a participação da sociedade civil no planejamento da política. “Assim se torna possível entender anseios, necessidades e expectativas da população e organizações que trabalham com o tema. “Demonstra a intenção de institucionalizar a política esportiva no município”, finaliza Silvia Gonçalves.

Os programas de governo estão disponíveis nos links abaixo:

Alexandre Kalil (PSD)

João Vitor Xavier (Cidadania)

Áurea Carolina (PSOL)

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