Oito federações europeias anunciaram, nesta semana, que seus capitães usarão braçadeiras com as cores do arco-íris na Copa do Mundo do Catar. O objetivo da iniciativa é promover a inclusão e se posicionar contra qualquer tipo de discriminação. Para especialistas, movimentos desse tipo são importantes e podem ajudar o esporte na proteção dos Direitos Humanos.
“Sendo a Copa num país que criminaliza pessoas lgbtqiap+ simplesmente por serem quem são, muito importante o protesto. Além disso, também seria interessante ver as equipes ajoelhando antes dos hinos, como a Seleção Inglesa já vem fazendo há algum tempo, em protesto contra o racismo, que ainda é uma realidade distante do fim no mundo inteiro. Basta lembrarmos o que aconteceu com Vinícius Júnior na semana passada em Madrid”, conta Igor Serrano, advogado especializado em direito desportivo.
“Em um evento esportivo de dimensão global, integrado por atletas respeitados, reconhecidos muitas vezes como heróis contemporâneos, é de extrema importância a ativação de ações como essa, a fim de fomentar princípios basilares de uma sociedade. Ver um atleta mundialmente reconhecido amparar uma causa em uma Copa do Mundo acende a importância do assunto e contribui com reflexões de questões que foram silenciadas por anos, e com isso, negligenciadas e aceitas. Essa ação se refere a uma importante forma de confrontar o preconceito em todas as suas formas, alcançando uma grande massa e passando a mensagem que o respeito às diversidades é obrigatório, e que prevalece a intolerância para atos de discriminação”, avalia Ana Mizutori, advogado especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.
“A Declaração Universal de Direitos Humanos, dentre outras convenções internacionais como a Carta da ONU (1945), Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948), Convenção Americana de Direitos Humanos (1978), tutelam a dignidade da pessoa humana e outros direitos como forma de promoção à paz e à justiça no mundo. O esporte se insere nesse contexto como um dos braços indissociáveis de uma sociedade, contando com poderosa influência, e é um importante papel de transmitir ideias, pensamentos. A manifestação de questões sociais sempre esteve atrelada ao esporte”, acrescenta.
Segundo o ‘ge’, as seleções que aderiram à campanha são: Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, País de Gales, Bélgica, Dinamarca e Suíça.
“Como capitães, nos enfrentaremos dentro de campo, mas estaremos juntos contra todas as formas de discriminação”, disse o atacante Harry Kane no comunicado divulgado pela Seleção Inglesa.
A Federação Alemã batizou a campanha de “One Love” e explicou que a ideia partiu de um grupo de trabalho da UEFA encarregado de estudar os direitos humanos e trabalhistas no Catar até a Copa do Mundo. As braçadeiras nas cores arco-íris já foram utilizadas nesta quinta-feira (22), nas partidas da Nations League.
Vale lembrar que a homossexualidade é considerada crime no Catar, passível de pena de morte. Apesar da proibição, os organizadores da Copa do Mundo afirmam que todos serão respeitados e são bem-vindos ao país.
Crédito imagem: getty images
Nos siga nas redes sociais: @leiemcampo
Este conteúdo tem o patrocínio do Rei do Pitaco. Seja um rei, seja o Rei do Pitaco. Acesse: www.reidopitaco.com.br.