A denúncia contra a atleta de vôlei de praia, Carol Solberg, foi entregue nesta segunda-feira à secretaria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Vôlei. Como adiantamos aqui no Lei em Campo, a atleta foi enquadrada nos artigos 191 e 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
Após receber a medalha de bronze na primeira etapa do Circuito Brasileiro Open de Vôlei de Praia, Carol disse “Fora, Bolsonaro!” em entrevista ao vivo. E por esta manifestação política, que configura infração ao regulamento da competição, a atleta pode receber multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Além disso, por “conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada” ainda corre o risco de ser punida com “suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes”.
O julgamento ainda não tem data marcada, mas deve acontecer até a próxima semana. Tudo vai depender da comissão que vai avaliar a questão e da disponibilidade dos auditores.
O caso de Carol Solberg ganhou notoriedade e levantou alguns questionamentos como o fato de outros atletas, Wallace e Maurício Souza, terem posado para foto indicando o número 17 nos dedos, durante a Liga Mundial, em 2018, em meio a campanha de Jair Bolsonaro à presidência.
A assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Vôlei, em resposta ao episódio dos atletas do vôlei de quadra, enviou parte da nota que emitiu à época: “A CBV repudia qualquer tipo de manifestação discriminatória, seja em qualquer esfera, e também não compactua com manifestação política. Porém, a entidade acredita na liberdade de expressão e, por isso, não se permite controlar as redes sociais pessoais dos atletas, componentes das comissões técnicas e funcionários da casa”.
Mas não comentou o fato dos atletas quadra não terem sido julgados pelo ato. Atribuição, aliás, que compete ao STJD.
A respeito de utilizar o termo racista “denegrir” na nota em que repudiou o ato de Carol Solberg, a CBV comentou que “depois de tantos anos defendendo e liderando a seleção brasileira dentro de quadra na função de capitã, a atleta sabe que nunca houve e não há nenhum tipo de discriminação por parte da entidade”.
Crédito da foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV
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