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Casos de racismo em competições da Conmebol já tiveram aumento de 50% neste ano em relação a 2022

Com 26 partidas restantes para a final da Libertadores e Sul-Americana, as denúncias de racismo nas competições organizadas pela Conmebol já ultrapassaram todas as registradas nos dois torneios da temporada passada. De acordo com dados do Observatório Racial da Discriminação no Futebol, em 2022 foram 12 casos, e neste ano, antes do início das quartas de final, já são 18.

Somente nos últimos dois anos, ainda com as competições em andamento, já são 30 casos. Entre 2014 e 2021, foram registradas 39 denúncias, com Brasil e Argentina concentrado a maioria.

Cada país tem 15 registros, seguidos de Uruguai (7) e Paraguai (6). Os times que mais aparecem são o Independiente e o Boca Juniors, da Argentina, e o Olimpia, do Paraguai, com dois casos registrados em cada.

“Temos um um crescimento de denúncias de racismo em competições sul-americanas principalmente ligadas a jogadores brasileiros. Isso se dá pelo debate que fazemos no Brasil. Se olharmos para o futebol brasileiro, as denúncias também aumentaram. Principalmente pela conscientização que temos aqui. Temos discutido muito o racismo na sociedade e essa conscientização se reflete no futebol. Temos jogadores e torcedores denunciando, todos mais atentos e entendendo que o racismo não é só insulto, xingamento. O torcedor brasileiro é mais atento”, declarou Marcelo Carvalho, diretor-executivo do Observatório, em entrevista ao ‘UOL Esporte’.

Para ele, apesar de ser positivo que tenham mais denúncias, as punições ainda não são suficientes. No ano passado, a Conmebol aumentou a multa de US$ 30 mil (R$ 148 mil) para US$ 100 mil (R$ 493 mil) para casos de racismo.

No começo desta semana, a Conmebol anunciou uma parceria com o Observatório Racial da Discriminação no Futebol para monitorar os casos de racismo e criar um plano de ação para efetivamente combater esse problema, inclusive reforçando a punição.

“Toda vez que temos um caso de racismo num estádio de futebol com torcedores identificados, mas sem punição, a mensagem que a gente percebe é que os racistas que vão para o estádio sabem que nada vai acontecer. A mudança que temos hoje é o torcedor brasileiro identificando isso e fazendo com que os racistas sejam presos quando o crime acontece no Brasil. Isso muda o comportamento e vemos mais denúncias. Mas, se não se pune o infrator, as pessoas acham que podem fazer o que quiserem. A impunidade é um dos motivos para os casos aumentarem”, acrescentou Marcelo Carvalho.

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