O Torns IF, clube da terceira divisão da Suécia, fez uma descoberta que pode mudar o futebol. A equipe descobriu uma brecha na lei do impedimento e enviou evidências para a IFAB (International Football Association Board), órgão regulador do futebol, que por sua vez admitiu rever a norma. A informação foi divulgada pelo ‘ge’.
Segundo o site, o clube se baseia na página 93 do livro oficial de regras do futebol. Neste trecho, há a explicação de que, para se analisar um impedimento, é preciso considerar “o primeiro ponto de contato da jogada ou o toque de bola”.
Nesse sentido, o técnico do Torns IF, Richard Ringhov, passou a orientar seus jogadores para controlarem a bola colada no pé. Assim, quando soltarem, os companheiros de equipe à frente estarão em posição legal, mesmo atrás da defesa, pois teriam condição de jogo no momento do primeiro toque.
O Torns IF divulgou um vídeo em suas redes sociais mostrando na prática como funcionaria isso. Confira:
Torns IF have developed an ingenious method to create one-on-ones with the goalkeeper. It's based on a rule found on page 93 in the Laws of the Game stating that “The first point of contact of the ‘play’ or ‘touch’ of the ball” should be used when judging offside. Groundbreaking. pic.twitter.com/0IcCcT6DRF
— Torns IF (@TornsIF1965) August 16, 2023
O clube procurou a IFAB, pedindo “uma confirmação se a jogada estava de acordo com as regras do jogo”. Logo depois, o clube postou nas redes sociais a resposta da entidade. Confira a troca de mensagens entre as partes:
– IFAB: “Em termos do espírito da Lei, isto é obviamente impedimento e, em termos da Lei em concreto, o ‘balançar’ da bola no pé é uma jogada diferente do momento que dá à bola impulso para se mover”
– Torn: “É justo, concordamos que podem ser duas jogadas distintas. Ainda assim, este tipo de passe pode durar um segundo, já que a bola está em contato direto com o pé. Em que momento deve então ser considerado o primeiro ponto de contato?”
– IFAB: “Como em todos os aspetos das Leis do Jogo, nem todos os cenários podem ser elencados, e é por isso que o ‘espírito’ e a ‘intenção’ da Lei têm de ser aplicados. Neste caso, o jogador está em fora de jogo quando a bola começa a sua ‘viagem’.”
– Torn: “Mas este cenário está listado nas regras. E como definem o início da ‘viagem’ da bola? É quando o passe começa, isto é, quando o pé (e a bola) começam a mover-se em frente ou quando a bola é solta do pé?”
– IFAB: “O início do percurso da bola é quando os movimentos/ações do pé dão energia à bola para se afastar do pé.”
– Torn: “Concluindo, para um passe normal o primeiro ponto de contato deve ser considerado; para um passe prolongado o movimento/ação do pé que dá energia à bola para mover-se deve ser considerado. Não é a mesma coisa que o último ponto de contato?”
– IFAB: “As suas conclusões estão corretas. Vamos rever a necessidade de alterar a forma como temos escrita a Lei 11, à luz dessa situação teórica”
– Torn: “Apreciamos o fato de considerarem essa revisão. Aceitamos que se trate de um exemplo teórico, mas situações similares aconteceram (ainda que não tão extremas) ao alto nível”
Crédito imagem: Reprodução/Torns
Nos siga nas redes sociais: @leiemcampo
Seja especialista estudando com renomados profissionais, experientes e atuantes na indústria do esporte, e que representam diversos players que compõem o setor: Pós-graduação Lei em Campo/Verbo em Direito Desportivo – Inscreva-se!
