A temporada 2018 do esporte paralímpico nacional chegou ao final nesta semana com a coroação dos melhores do ano numa bela festa no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A cerimônia aconteceu na noite da quarta-feira 12, e concedeu à judoca paulista Alana Maldonado e ao jogador de futebol de cinco gaúcho Ricardinho Alves o título de atletas do ano no Prêmio Paralímpicos 2018.
Essa foi a oitava edição do Prêmio Paralímpicos, honraria que encerra a temporada do Movimento Paralímpico nacional e que neste ano contou com a apresentação de Marcelo Barreto e Glória Maria, e teve o cantor pernambucano Lenine como atração musical.
Foram premiados ainda os destaques de 25 modalidades. Denilson Lourenço, mentor de Alana Maldonado, faturou como o melhor técnico de modalidades individuais. Alessandro Tosim, comandante da equipe masculina de goalball, medalhista de ouro no Mundial de Malmo, na Suécia, venceu como o melhor técnico de modalidades coletivas. O atleta revelação do ano foi Cristian Ribera, de 16 anos, do esqui cross-country. Foi ele o responsável pela melhor performance do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno em PyeongChang, na Coreia do Sul.
“Foi uma noite em que tivemos muito para celebrar. Foram diversas medalhas e performances em 2018 que nos orgulharam e nos fizeram vibrar. Houve, ainda, projetos importantes que tiveram início em 2018, como o Centro de Formação de Esportes Paralímpicos. E não há palco melhor do que o Prêmio Paralímpicos para comemorarmos e agradecermos”, disse Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.
Para se ter uma ideia do alto nível internacional em que os atletas paralímpicos brasileiros se encontram na segunda temporada do ciclo paralímpico para os Jogos de Tóquio 2020, nossos atletas subiram aos pódios em campeonatos mundiais por 19 vezes, cinco das quais no ponto mais alto. As modalidades que trouxeram ouro para o Brasil em seus respectivos mundiais foram o ciclismo, com Lauro Chamam, no scratch, no Rio, em março; Igor Tofalini, na prova de VL2 da canoagem, em Portugal, em agosto; o time de goalball masculino, na Suécia, em junho; o futebol de cinco (para cegos) na Espanha, no mesmo mês; e, por fim, Alana Maldonado, no judô, em Portugal, em novembro.
Nascida em Tupã, no interior de São Paulo, Alana Maldonado conquistou o título de melhor atleta feminina pelo segundo ano consecutivo. Nesta temporada, a judoca de 23 anos faturou o inédito título mundial para o Brasil, com a vitória na categoria até 70 kg. Além disso, foi ouro no Open Internacional na Alemanha e no Brasil.
“Foi um ano muito abençoado, com a sensação de dever cumprido. O objetivo foi alcançado em uma temporada em que tive lesão, mas consegui me recuperar. Desde que entrei no judô, sonhava com esse momento, e fiz história ao conquistar a primeira medalha de ouro paralímpica no Mundial de Judô”, disse a atleta, que tem baixa visão em decorrência da doença de Stargardt, descoberta quando tinha 14 anos.
Ricardinho Alves, por sua vez, foi o grande destaque da conquista do pentacampeonato mundial da Seleção Brasileira de futebol de cinco, em Madri, na Espanha. Além de ter sido artilheiro da competição, o gaúcho de Osório ainda se sagrou campeão nacional novamente por seu clube, a Agafuc-RS. Essa é a primeira vez em que um atleta do futebol de cinco fatura a principal categoria do Prêmio Paralímpicos.
“Foi um ano de ouro. Com minha equipe, disputei quatro competições e venci todas. No Mundial fomos campeões, fiz gol na final, fui artilheiro e melhor jogador. Estou bastante feliz, e já vamos pensar no próximo ano, quando teremos Copa América e o Parapan em Lima”, disse Ricardinho, que completa 30 anos no sábado 15, e perdeu a visão aos 6, por causa de um descolamento de retina.
É importante lembrar que a temporada 2019 será ainda mais recheada de mundiais, com a realização dos certames de atletismo, em Dubai, em novembro, e natação, na Malásia, em julho – essas duas modalidades são as que mais distribuem medalhas no programa dos Jogos Paralímpicos. Também no ano que se inicia em breve teremos os Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, em agosto, quando o Brasil defende uma hegemonia de mais de uma década de líder do quadro de medalhas. Um bom desempenho nessas competições é fundamental para que o país avalie se está no caminho certo rumo a Tóquio 2020. A contar pelo que já entregou até agora nas quadras, pistas e canchas, está indo muito bem, obrigado.
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Foto: Daniel Zappe/CPB/MPix