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Como o futebol brasileiro pode ser no século XXI

Por Laerte Tássio

O impacto no mundo pode ser tão grande que a professora e historiadora Lilia Schwarcz afirma, fazendo uso de figura de linguagem, que o século XXI só terá início após a superação da pandemia do novo coronavírus [1]. Nesse momento singular nos últimos 100 anos, em que se enfrenta uma crise sanitária de gravíssima proporção, será essencial ter planejamento e conjeturar ideias, pois a pandemia que assola o planeta gera obrigatoriamente um desequilíbrio econômico e desemboca em todas as atividades profissionais.

Como inicial resposta ao quadro, a FIFA, entidade máxima de administração do futebol mundial, expediu a Circular FIFA nº 1714, de 07 de abril de 2020 [2]. Entre outras sugestões, o documento propôs que contratos que iriam expirar ao fim da temporada devem expirar nas novas datas de fins de temporada; como também que novos acordos que começariam no início das temporadas devem principiar nas novas datas das temporadas seguintes. Na mesma esteira, levando em análise reações físicas à interrupção, a International Board [3] autorizou que até o fim de 2020 sejam permitidas 5 alterações (em vez de 3) durante uma partida.

O futebol brasileiro precisa, como começou a fazer também a sua gestora maior, parar, refletir e desenvolver criatividade. Não obstante as novas tecnologias que são criadas com velocidades cada vez maiores, o mundo pode ser (mais) caótico no futuro. Após a harmonização da saúde mundial, novas epidemias ainda podem sobrevir. A modalidade, destarte, necessitará combinar ideias e planejar-se para superar os obstáculos que seguirão aparecendo. O mercado foi afetado como um todo. Fábricas (contratadas pelas fornecedoras de material esportivo) foram abaladas. Há toda uma cadeia por vezes não vista no meio do futebol, verdadeira série de implicâncias da pausa forçada.

A reflexão deve partir do próprio meio, sim. Ele mesmo, mais que nenhum outro, conhece a si. Conhecendo-se, pode saber quais são as suas necessidades e medidas que devem ser buscadas. Ainda assim, a postura deve ser aberta para a escuta e leitura. A seguinte relação de pontos serve como sugestão de foco, âmbitos que precisam receber mais presença e atenção de todos os interessados na modalidade.

Remunerar racionalmente

Pesquisa recente [4] realizada em conjunto pela consultoria Esporte Executivo e Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), já durante os dias de quarentena, constatou que 75% dos atletas de futebol recebem até R$ 7 mil mensais. 38% do total ganha até dois mil reais por mês. Apenas 10% dos jogadores são remunerados em mais de R$ 40 mil/mês.

Poucos ganham muito, como mostram os dados. Ainda assim é necessário que os clubes revejam as suas políticas de remunerações. Na ânsia de contar com os melhores jogadores, muitas contratações tornaram-se uma espécie de leilão que não reflete para com a realidade econômica.

Tendo em consideração os impactos da pandemia, vários clubes começaram a tomar medidas. O Santos Futebol Clube foi [5] um deles: decidiu, de forma unilateral, reduzir em 70% os vencimentos de seus atletas. Cortar os gastos hoje é vital, mas é preciso que todos os participantes da relação entrem em acordos para isso. Ademais, a CF no art. 7º, VI, pede o acordo ou convenção coletiva para tal fim. O clube paulista mirou um fim correto, mas provavelmente pelo não melhor meio.

O art. 503 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) permitiria a redução de 25% em razão do caso do novo coronavírus ser de força maior, mas há a controvérsia se a norma teria sido recepcionada em razão do anteriormente citado dispositivo constitucional. O governo federal editou a Medida Provisória 927, possibilitando a edição de acordo individual entre empregado e empregadores. Em tese, essa medida ajuda as empresas do país e não é aplicável ao futebol, devido às suas peculiaridades.

No Clube de Regatas do Flamengo, talvez o clube de melhores condições financeiras hoje no país, uma das primeiras medidas como contenção foi a demissão de trabalhadores comuns [6], quando claramente negociações e outras reduções de salários de jogadores e gestores teria efeito ainda maior para os cofres do clube. Não se sabe como esses novos desempregados serão realocados no mercado de trabalho tendo em conta que todas as empresas, seja lá qual for o ramo, estão cortando gastos. Os clubes de futebol, considerando suas altas receitas, podem ser mais analíticos para a solução do necessário enxugamento de despesas. A decisão mais fácil, que leva menos tempo para ser executada, como foi a demissão dos funcionários que formam a base da pirâmide do clube, quase nunca é a mais correta. Posteriormente, o clube, provavelmente reputando o falado art. 503 da CLT, limitou-se a reduzir os salários dos atletas sob o limite de 25% e postergar pagamentos relativos ao direito de imagem dos seus jogadores. O clube, conforme seus próprios balanços financeiros divulgados no final de março de 2020, arrecadou R$ 950 milhões em 2019 [7].

Algumas práticas do futebol mundial foram mais solidárias, como a do Barcelona, que reduziu em 70% os pagamentos a seus jogadores durante o período de paralisação. Na França, os jogadores mais bem pagos, após negociação coletiva, recebem 50% de suas contraprestações normais [8].

União interclubes e interjogadores

“Na Pandemia do coronavírus, (…) oferecer assistência médica a iranianos e chineses também ajuda a proteger israelenses e americanos contra epidemias. Essa simples verdade deveria ser óbvia para todos, mas, infelizmente, ela escapa até mesmo a alguma das pessoas mais influentes do mundo” [9].

Um clube só existe em razão de seus competidores. Um atua fazendo com que o outro também cresça. Para um clube de futebol exercer o seu ofício é necessário que um adversário esteja em campo com seus 11 atletas e comissão técnica saudáveis financeiramente, emocionalmente, fisicamente. Uma analogia cabível para o futebol é o jogo de frescobol. A vitória é seguir deixando a bola no alto para o que está próximo.

Um torcedor quer ver seu time ganhar do adversário, mas, além disso, gosta do esporte em razão da imprevisibilidade do jogo. Por isso, também, há a luta contra o match-fixing, “mala preta” etc. Daí a necessidade de mais equilíbrio entre atletas e equipes.

Conforme o prof. João Leal Amado [10]: “o espectáculo desportivo vive da incerteza do resultado, para esta, diz-se, é condição sine qua non que exista um mínimo de equilíbrio competitivo (competitive balance) entre os contentores”. 

Em rápidas tentativas de harmonia dos atletas e equipes foram criados o movimento Bom Senso Futebol Clube [11] e a Primeira Liga [12].

Já durante a quarentena, uma destacada manifestação de junção foi a feita pela Fenapaf [13]. Por meio de dois vídeos, a federação de sindicatos questionou a segurança do retorno do futebol, falta de consulta aos atletas nas discussões que preveem alterações legislativas e, por fim, a não inclusão dos atletas de futebol entre as categorias destinatárias do auxílio-emergencial de R$ 600 (seiscentos reais). A entidade, por meio do vídeo, reconhece que alguns jogadores não precisam do auxílio, mas esses são apenas 8% da categoria.

Flamengo e Vasco uniram-se para a realização de uma reunião juntamente com a Presidência da República, uma união oportuna para um objetivo comum (a volta das atividades do futebol, mesmo que o país siga com alto número de mortos e infectados). O CR Flamengo, inclusive, perdeu um de seus massagistas, Jorginho, que estava no clube há 40 anos, falecido em razão da Covid-19. Ainda assim pareceu, juntamente com o adversário cruz-maltino ter querido, como dito por Igor Serrano [14], uma volta a qualquer custo.

O grupo de sócios Flamengo da Gente, também, quis ter dúvidas esclarecidas pela diretoria do próprio clube [15]. Em um momento em que o país bate recordes negativos devido à Covid-19, o clube rubro-negro desconsiderou a sua responsabilidade social. Na reunião mencionada, aliás, nenhum dos representantes do clube usou quaisquer proteções [16], nem mesmo o médico do clube Márcio Tannure. Segundo o grupo de torcedores, também é incompreensível a forçação do clube carioca, já que com uma volta ao futebol, o primeiro campeonato a ter sua prática retornada é o estadual. Nesse campeonato, o clube além de não ter torcedores presentes devido ao impedimento de grandes aglomerações existirem ainda por largo tempo, mas também porque o clube não possui contrato assinado com a emissora detentora dos direitos televisivos. O clube, ademais, precisou arcar [17] com uma multa de R$ 3.000 por proibir inspeção da vigilância sanitária da cidade do Rio de janeiro no centro de treinamento do clube. O clube aceitou que o campeonato nacional de basquete fosse finalizado, mesmo que liderasse o torneio até a parada. Uma semana depois, porém, estava exigindo o retorno das atividades, contrariando autoridades sanitárias locais, mas em outra modalidade esportiva. O clube, por fim, é permissionário juntamente com o Fluminense do Estádio do Maracanã, local em que há um hospital de campanha para tratamento de infectados pela Covid-19. Os clubes de porte menor também não possuem a mesma estrutura para o trato hoje da pandemia, como o Flamengo. O clube que vai muito bem dentro das quatro linhas, atual campeão do Brasil e América do Sul, fora de campo parece focar exclusivamente nos seus interesses, esquecendo-se que para o um existir é necessário o outro.

As medidas foram criticadas por integrantes das diretorias de Fluminense [18] e Botafogo [19], que além de críticas promoveram impugnação de itens da pauta do conselho arbitral da FFERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). Os clubes contestavam as propostas da federação para mudanças no regulamento e retorno às competições.

O Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, em nova entrevista perguntou: “O que estaria de errado na volta do futebol? Simplesmente por que você está tendo uma curva ascendente?” [20] Segundo o dirigente, o clube pode voltar, já que está tomando todos os devidos cuidados. Não foi o que mostraram fotos da reunião com a Presidência da República. O Presidente do clube, em outra passagem da entrevista, diz também que quem contraiu o vírus está “totalmente imunizado”, mesmo que não existam hoje evidências científicas sobre tal fato. Ainda, diz: “O que não está tendo agora é o contato individual entre os jogadores.”. As imagens captadas pela imprensa contradizem o dirigente. Jogadores da equipe estavam aglomerados [21]. Em razão dos fatos relatados, o Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) também questionou as iniciativas do clube: “atletas estariam sendo expostos a riscos” [22].

imagem: reprodução via globoesporte.com [21].

Em uma nova iniciativa da FENAPAF, 68% dos atletas apoiaram a volta do futebol por intermédio de pesquisa, citando questões financeiras [23]. Segundo a pesquisa, como esperado, quanto maior a divisão (atletas que disputariam a Série A do Campeonato Brasileiro masculino de 2020), mais atletas são contra o retorno às atividades nas atuais condições.

Embora não respeitando as normas distanciamento social, os presidentes dos quatro clubes de maior porte do Estado de São Paulo reuniram-se presencialmente [24] no fim de maio de 2020 para um debate mútuo que tratou da possibilidade de implemento de novas reduções salariais. O futuro da modalidade no Brasil tende a ganhar com essa ligação: algo só se desenvolve (progride) depois do próprio envolvimento (conciliação).

Muito em razão da pressão exercida por alguns clubes, o Governo do Estado do Rio de Janeiro flexibilizou [25] as medidas de isolamento e autorizou a prática do esporte de alto rendimento a partir de 06 de junho de 2020 (sábado), ainda que 90% da rede pública de saúde esteja com os seus leitos ocupados [26]. Como consequência da decisão do governo estadual, a FFERJ definiu em conselho arbitral, realizado também no dia 06 de junho, que o campeonato estadual daquele estado voltará a ser disputado [27].

Antirracista

imagem: reprodução via Statista [28].

O Brasil é o país que mais recebeu africanos que foram escravizados em todo o ocidente e o último a abolir a escravatura. Em decorrência disso, as marcas da escravidão seguem presentes até hoje, em todos os âmbitos, embora não mais estejamos em 1888. Ações afirmativas, que possuem objetivo de compensar, temporariamente, desigualdades históricas são vistas por vários no país como uma espécie de vitimismo. No futebol não é diferente.

O racismo, ideia de que há hierarquia entre grupos de pessoas apenas por fatores biológicos, manifesta-se recorrentemente – como infelizmente mostram os relatórios do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, projeto que além de expor os injustos cometidos, coloca o debate à tona [29].

Um dos casos mais graves foi o sofrido pelo ex-árbitro Márcio Chagas [30]. De tanto ouvir xingamentos racistas, o árbitro fazia seu aquecimento antes dos jogos no próprio vestiário. Em 2014, após mediar a partida entre Esportivo e Veranópolis pelo Campeonato Gaúcho daquele ano, Márcio encontrou seu veículo com várias avarias e bananas. Havia bananas até mesmo no cano de escapamento do veículo. Ao denunciar o caso, o árbitro começou a sofrer represálias: deixou de ser incluído em sorteios para o arbitramento das partidas e passou a ser ameaçado por torcedores nas redes sociais. Márcio sofreu como o goleiro Mário Lúcio, o Aranha – a vítima é vista como cometedora do crime, quando a realidade é inversa.

Se Pelé, o maior jogador da história do país e do mundo é negro, se mais da metade da população brasileira é preta e parda [31], nada, a não ser o racismo estrutural, explica números tão baixos nos cargos judicantes e diretivos do futebol nacional. A grande parte é formada por homens, homens brancos. No Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), órgão apogeu do julgamento das questões de disciplina e competição do futebol brasileiro, dentro de um total de 76 membros que formam a composição até julho de 2020, 18 são mulheres e 2 são negros (aproximadamente 24% de mulheres e 3% de negros). O órgão recentemente criou uma comissão disciplinar (6ª Comissão) e destinou todo o seu preenchimento às mulheres, o que fez ser mais diversa a antiga composição.

Entre Presidentes de federações estaduais de futebol, há nenhum negro ou pardo. Dentre gestores de grandes clubes, idem. Nas Séries A e B, juntas, do Campeonato Brasileiro masculino há três negros comandando as comissões técnicas das equipes: Roger Machado, do Bahia; Hemerson Maria, Brasil de Pelotas e Márcio Coelho, treinador do Figueirense. Se formos observar a quantidade de negros presidindo os mesmos 40 times das Séries A e B, há apenas um: Tiãozinho, da Associação Atlética Ponte Preta.

De jogadores desconhecidos a renomados como Vinícius Júnior (hoje atacante do Real Madrid, insultado quando jogava pelo Flamengo contra o Botafogo [32]), todos estão no mesmo barco, mesmo navio negreiro. A situação aparenta ser mais grave em jogos de campeonatos com menos atenção por parte de mídia, mas até mesmo o que são mais remunerados sofrem.

É preciso a existência de punições individualizadas contra torcedores que promovem atos racistas. Multas irrisórias são aplicadas aos clubes, que deveriam se engajar mais. O futebol é uma atividade inserida dentro do conjunto em sociedade. Destarte, a solução não será dada por si, mas os stakeholders da atividade devem fazer a sua parte. A assiduidade de casos configura uma verdadeira conivência e falta de enfrentamento ao racismo. O futebol necessita de mais pluralidade.

Responsável socialmente 

Alguns atletas recebem grandes salários e são influenciadores de pessoas, possuindo milhões de seguidores nas várias redes sociais. Vários toparam a redução de salários (lembrando que apenas uma minoria recebe grandes vultos), enquanto outros foram relutantes. Após a corrente paralisação, os jogadores, acompanhando a posição daqueles que toparam diminuir vencimentos, podem outrossim engajar–se mais socialmente, não ter medo de dar opiniões políticas.

O ex–jogador Raí, hoje diretor–executivo do São Paulo Futebol Clube, disse que o clube paulista é contra a volta do futebol e que o Presidente da República deveria renunciar ao cargo, principalmente por ir de encontro ao que recomendou a Organização Mundial da Saúde. Em razão disso, foi criticado [33]. Walter Casagrande, ex–jogador, comentou [34] o caso e defendeu a liberdade de expressão, como nos tempos em que era membro do movimento Democracia Corintiana, que durante 1982 e 1983 fazia com que todos os métodos de trabalho e pagamentos do clube fossem decididos democraticamente e que, coincidentemente ou não, resultou em dois títulos estaduais consecutivos.

Ucranianos foram executados por nazistas simplesmente por vencerem um jogo [35]; confederações de futebol já financiaram campanhas eleitorais; vários membros do Congresso Nacional são vinculados a clubes de futebol. O Brasil teve até mesmo uma CPI (CBF/Nike), que embora tenha sofrido tentativas de desarticulação, resultou até em reformas da Lei nº 9.615/98 (Lei Pelé) [36]. Futebol e política estão imbricados. Qualquer ato entre dois ou mais seres humanos é um ato político. O futebol, que agrega milhões de torcedores e participantes, é um imenso fato diplomático. Eduardo Galeano afirmou [35]: “El fútbol y la patria están siempre atados; y con frecuencia los políticos y los dictadores especulan con esos vínculos de identidad”.

Agathas, Kauês, Kauans (crianças mortas em operações policiais no Rio de Janeiro) quase nunca são lembrados pelos atletas de futebol/influenciadoras. Lebron James, astro do basquete mundial, em caminho distinto, publicou imediatamente sobre a injusta morte do civil George Floyd pela polícia estado–unidense [37], lembrando também os protestos de Colin Kaepernick que acarretaram (in)diretamente sua precoce aposentadoria. Jogadores poderiam se engajar mais. Paulinho, jogador do Bayer Leverkusen, falou [38] da morte do João Pedro: “Se pegar os números do país, são jovens negros e de periferia que morrem”. Lucas Santos, jogador do Vasco, preocupa–se [39]: “Saí da favela, mas não posso me dar ao luxo de ficar alienado enquanto matam negros e pobres”. Éverton Ribeiro exprimiu “não querer ficar em silêncio e compactuar com um país que mata um negro a cada 23 minutos” [40].

Jogadores do alto escalão, em sua maioria, preferem calar–se, evitando possíveis atritos com empregadores e gestores de entidades de administração, mesmo que seus antigos colegas de comunidades e vizinhos estejam sofrendo em razão da violência.

Vários atletas criaram institutos sociais. É possível fazer ainda mais.

Entidades mais profissionais

Estimando o novo quadro econômico do esporte, verdadeiros gestores são necessários para a administração dos diminuídos recursos. A dedicação de parte do corpo de funcionários de um time ao compliance é o correto, mas isso não pode ficar apenas no papel, precisa ir à prática. Como dito por Lúcio de Castro [41], códigos de ética não foram feitos para serem driblados.

Só após o seu primeiro centenário a Conmebol publicou um balanço financeiro, provavelmente em decorrência do FIFA Gate [42].

Outrossim, a crise não pode ser resolvida com uma mera nova renegociação das dívidas públicas, eterna criação de novos Profuts (Programa de Modernização da Gestão de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, instituído pela Lei nº 13.155 – Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte). Receitas podem ser diversificadas, como também pode ser mais usada a Lei 11.438/06 (Lei de Incentivo ao Esporte). Gestores precisam ser efetivamente responsabilizados por faltas em receitas que administrem.

Na quarentena, uma grande quantidade de cursos online foi disponibilizada. Atletas e comissões técnicas aproveitaram para estudar sobre temas gerais que gostam, como alguns também para aprimorar conhecimentos quanto a parte de gestão no futebol e o jogo em si (aspectos táticos). Os cursos podem seguir sendo feitos após o necessário período de reclusão. Parcerias com universidades podem ser firmadas. O tempo destinado às concentrações seria um momento para a dedicação a esses estudos, além do relaxamento e lazer. Vale relembrar que a carreira do atleta é curta. Com o aumento de intensidade do jogo, a tendência pode ser o aumento de lesões e encurtamento do tempo útil na profissão, embora os métodos de tratamento também estejam em notório crescente desenvolvimento.

Base forte

Praticando o futebol em estágio de formação, a longa parada de treinamentos e competições afeta de maneira intensa os jovens atletas. Rafael Cobra [43], estudioso do tema, sugeriu como principal medida a mudança de idade das categorias: “(…) a temporada de 2021 passaria a ser definida da seguinte forma: sub–12 (nascidos em 2009–10), sub–14 (2007–08), sub–16 (2005–06), sub–18 (2003–04) e sub–21 (2002–01–00). Segundo o advogado, o ano está perdido para as competições de novos. Assim os atletas não teriam um período perdido de formação, já que estariam jogando na base por mais um ano, compensando este tempo parado em razão da pandemia. Críticas à proposta em questão mencionam que assim os valores pagos a título de mecanismo de solidariedade e indenização por formação seriam afetados, o que diminuiria no futuro os cofres de alguns clubes. Todavia, os dois institutos mencionados geram valores em razão da idade dos atletas quando da formação.

Os jogadores da base geralmente vivem em alojamentos nas sedes dos clubes. Com o início do período de quarentena determinado pelas autoridades públicas, os atletas em formação voltaram às suas cidades e famílias [44]. Disso decorrem vários prejuízos (atléticos, psicológicos, sociais), apesar da volta da convivência com os parentes. Vários dos jovens provém de famílias não abastadas financeiramente, em suas casas eles terão alterados não só os treinos, mas alimentação, fisioterapia. Muda muito as condições de vida.

Uma tendência é que cessões temporárias de jogadores entre clubes (“empréstimos”) aumentem. As transações, com a decorrente crise econômica, provavelmente não serão as mesmas de antes por certo tempo. Os clubes, que colocam em seus orçamentos prévios a esperança de arrecadação por meio de negociações e cláusulas indenizatórias desportivas, precisarão, então, focar mais na revelação de jogadores. Em levantamento divulgado pela Pluri Consultoria [45], a equipe que mais utilizou jogadores formados em seus próprios centros de treinamento em 2019 foi o Santos Futebol Clube: aproximadamente 40% do Campeonato Brasileiro masculino foi disputado por formados “em casa”. O campeão, Flamengo, ficou com o índice de 18%, enquanto o terceiro colocado Palmeiras usou a base em apenas 6% do campeonato.

Futebol feminino respeitado 

A CBF remeteu 3 milhões e 720 mil reais para os clubes que disputam as séries A1 e A2 nacionais. A CBF teve uma receita de 957 milhões de reais em 2019 [46], então, dedicou 0,38% de sua receita anual para o auxílio do futebol feminino no período da pandemia. A título de comparação, ao todo, a foram 36 milhões de reais transmitidos ao futebol brasileiro como um todo durante o lapso temporal de paralisação [47].

Os (poucos) valores repassados não tiveram uma fiscalização. Com isso, muitos clubes nada deram às jogadoras [48]. Algumas atletas que reclamaram desse não recebimento foram dispensadas. O Auto Esporte (Paraíba), da Série A2 nacional, demitiu quatro atletas. As jogadoras estão certas de que foram dispensadas como represálias pelos questionamentos quanto ao não recebimento das quantias enviadas pela Confederação Brasileira. Esse é o mesmo caso de Samara, do Atlético–GO (também da Série A2).

O Juventude Timonense, equipe do Maranhão que disputa a Série A2 do Campeonato Brasileiro feminino, chegou a anunciar o encerramento das atividades, mesmo recebendo 50 mil reais da CBF (os clubes da Série A2 receberam 50 mil reais enquanto os da Série A1 R$ 120 mil).

Um dos tratamentos mais ríspidos para com as atletas partiu do clube União Desportiva Alagoana (UDA), de Alagoas, também participante da Série A2 no nacional. Segundo os jornalistas Ana Canhedo e Maurício de Oliveira,

“as atletas foram avisadas de que receberiam R$ 250 cada uma “se quisessem, se não quisessem, seria nada”. Com a repercussão negativa da falta de transparência dos clubes em repassarem o dinheiro da CBF às atletas, o presidente aumentou o valor do depósito para R$ 350. E mandou mensagem para uma das atletas que reclamaram, dizendo que “(…) se você achar que você pode receber mais do que isso procure seus direitos” (sic).”

Os jornalistas em questão fizeram uma série de perguntas para CBF quanto a fiscalizações. Como resposta, a Confederação disse que está atenta e atuante. Perguntada se tinha recebido denúncias anônimas das atletas, a entidade escreveu que sim, do clube Santos Dumont (de Sergipe). Ora, se a denúncia era anônima, por qual razão foi revelado o nome do clube das jogadoras à reportagem?

Boas práticas foram relatadas, como as dos clubes nordestinos Bahia, Fortaleza e Ceará. Edna Maria, zagueira do Ceará, relatou que o clube vem dando bastante suporte e que todas possuem contrato registrado em carteira de trabalho.

Corinthians e Santos, clubes da Série A1, diminuíram salários. O Corinthians, apesar de relatos de também dar atenção às atletas nesses dias, reduziu um quarto dos 60% das remunerações das atletas que são pagas por contrato de trabalho (vencimentos não relativos a direito de imagem), provavelmente seguindo a lógica do art. 503 da CLT [48].

Ademais dos casos estritamente relacionados à pandemia, é notória a existência de sexismo. Poucas mulheres atuam junto às próprias mulheres. Dos 16 clubes que disputam a principal competição do país, apenas dois contam com mulheres treinadores. A gestão também é majoritariamente masculina. A equipe do São Paulo não tem uma única mulher, seja em sua equipe gestora ou comissão técnica. Em contagem de integrantes na equipe (Apenas o Avaí Kindermann não informou), em fevereiro de 2020 existiam 59 mulheres dentre 162 homens nos departamentos de futebol dessas equipes, o que representa a porcentagem de cerca de 36% de participação feminina [49].

Em 2016, a Confederação Sul–americana de Futebol (Conmebol), por meio do seu regulamento de licenciamento de clubes, exigiu que todos os clubes que disputassem as suas competições (Copa Sul–Americana e Copa Liberadores) deveriam também contar com equipes femininas nos seus quadros a partir de 2019 [50]. Essas implementações, porém, precisam ser feitas com mais cuidado.

A FIFPro (Fédération Internationale des Associations de Footballeurs Professinels), sindicato internacional dos atletas de futebol, publicou relatório no mês de abril de 2020 externando a preocupação e receio de até “ameaça existencial” para o futebol feminino [51]. Em pesquisa, observou que cerca de metade das atletas não tem nem contratos assinados. Os que são firmados, por sua vez, duram em média apenas 12 meses.

Os setores mais desprotegidos da modalidade são inclinados a sentirem mais os efeitos da pandemia. O futebol feminino inclui–se nessa categoria. Faz–se necessária a criação de uma rede de proteção para as mulheres jogadoras, segundo o economista César Grafietti [52]. Sem isso poderemos nem contar mais com o prosseguimento do sentimento de eterna promessa, o “agora vai”.

Torcedores mais bem tratados

Apesar dos novos estádios construídos em razão da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, os torcedores brasileiros seguem desrespeitados em direitos básicos. Segundo Maria Fernanda Rolo [53], os torcedores são o ponto mais frágil do esporte quanto à tutela de direitos, apesar da existência da Lei nº 10.671/03 (Estatuto do Torcedor). A televisão paga grandes quantias aos clubes em razão da audiência (número de torcedores), patrocinadores pagam valores a emissoras e clubes em razão da visibilidade que as marcas terão (número de torcedores), alguns atletas recebem grandes remunerações devido aos já mencionados pagamentos anteriores (indiretamente, são bem pagos em razão dos torcedores). O torcedor não consegue utilizar banheiros, comprar ingressos com tranquilidade. Se o torcedor, entretanto, busca o judiciário para ver seus direitos assegurados, muitas vezes é ridicularizado, como se, em vez de buscar a efetividade da legislação, estivesse pretendendo um enriquecimento sem causa. Como provavelmente a volta do público aos estádios demorará a acontecer, o período pode servir de preparação, planejamento e reestruturação de estádios e serviços.

Programas de sócio–torcedor podem oportunizar novas experiências, mesmo que virtuais. Não é possível que em 2020 um sócio–torcedor receba como recompensa de sua filiação apenas um desconto em ingressos dos jogos, o clube não remeta ao menos um newsletter, principalmente nos próximos meses em que o futebol voltará sem a presença nas arquibancadas. O sócio–torcedor que mora em outro local que não o da sede praticamente paga um dízimo ao seu clube de coração. Provavelmente por essa falta da contraprestação, e o momento financeiro do país e mundo, os clubes da série A do Campeonato Brasileiro masculino de 2020 perceberam uma queda de 30% no número total de filiados [54]. Pela paixão envolvida, provavelmente o clube que está “sendo ajudado” tenha um time mais forte e esse simples fato deixe o torcedor satisfeito, mas a relação entre as partes pode ser bem maior.

La Liga juntamente com um de seus patrocinadores decidiu transmitir o resto do campeonato espanhol masculino da temporada 2019/2020, que está a ser reiniciado, de forma gratuita em alguns estabelecimentos (principalmente os de assistência e residência de idosos) [55]. Na Inglaterra, a emissora de TV aberta BBC transmitirá algumas partidas pela primeira vez na história da Premier League quando da volta da competição, marcada para o dia 17 de junho de 2020 [56]. A iniciativa ajuda a que o isolamento social seja mantido, que torcedores não precisem procurar por amigos ou familiares que tenham as assinaturas do serviço pay–per–view para a assistência aos jogos. No Brasil, a Rede Globo detectou uma queda de 30% nas assinaturas do canal Premiere [57]. Não obstante, principalmente com a ajuda de patrocinadores, medida semelhante poderia ser importada e posta em prática no retorno do futebol brasileiro.

Paz nos estádios (e fora deles) 

Segundo o sociólogo Maurício Murad [58], a violência é uma constante desde tempos primordiais. Assim, por lógica, existirá violência no futebol, já que esse é um fator congregador de pessoas, embora também possa ser caracterizada uma violência do futebol (menos irrelevante, numerosa, voltada à prática do jogo em si). Ainda que um tema grave, que necessite de atenção de autoridades, Murad diz que os atos desordeiros são minorias, decorrentes de muitos fatores, dentre esses principalmente a corrupção e imunidade.

Como medidas de contenção para os casos violentos, responsáveis pelos setores de segurança brasileiros tomaram algumas ações controversas. A de maior repercussão provavelmente foi a determinação de que os jogos de futebol aconteçam com a presença de torcedores de apenas um dos times em campo, a “torcida única”. A medida é defendida com vigor principalmente no Estado de São Paulo. Em São Paulo o último jogo a contar com torcidas de dois clubes adversários foi realizado em 2016. Levantamento [59] do jornalista Mauro Cézar Pereira apresentado na Assembleia Legislativa de São Paulo nesse mesmo ano de 2016, porém, revelou que, de 2013 a 2016, 820 partidas do Brasileirão masculino ocorreram sem incidentes dentro do estádio; 99,996%, então, foi o percentual de jogos sem brigas. Os confrontos mais comuns ocorrem longe e fora dos locais de prática, o que não dá lógica à existência de torcida única nos jogos.

O advogado Fabrício Trindade também questiona [60] a falta de presença de torcedores dos clubes locais e visitantes simultaneamente passa a mensagem, principalmente para crianças, de que é impossível conviver com diferentes. É a decisão mais rápida de ser tomada, mas não acaba com a violência. O objetivo existe, mas na prática o problema é “empurrado como a poeira para debaixo do sofá”.

O Estado do Rio Grande Sul, como exemplo, onde há o ferrenho clássico disputado por Grêmio e Internacional, conviveu pacificamente com a presença de torcedores em um mesmo setor (“torcida mista”). A medida deixaria de ser tomada [61] neste ano de 2020 principalmente em razão da programação de duas partidas entre os clubes rivais na Copa Libertadores do corrente ano: a Conmebol não prevê setores com torcedores de ambas as equipes na sua competição.

Outra ação que almejou refrear atos violentos foi a proibição de venda e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. Imposta com o argumento de que assim deveria ser por conta do Estatuto do Torcedor.

“Art. 13–A. São condições de acesso e permanência do torcedor no recinto esportivo, sem prejuízo de outras condições previstas em lei:

(…)

II – não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência;

(…)”

A proibição em questão é igualmente contestada. Em extensa análise, o advogado Felipe Tobar [62], expôs muitas incoerências da decisão quanto às bebidas.

No texto, Felipe apresenta a percepção de Ailton Souza, juiz do Juizado do Torcedor de Pernambuco, que constatou inexistir nos primeiros cinco anos de existência do órgão registros de violência em decorrência de uso excessivo de álcool e estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que por sua vez verificou o número de somente 5% dos torcedores atuarem de maneira agressiva após a o consumo de bebidas alcoólicas. Ainda segundo Tobar, é ilógico permitir o consumo de drogas, como o álcool, em eventos musicais que ocorrem nos estádios e proibir durante a realização de jogos de futebol. Na Copa do Mundo, bem assim, a cerveja foi vendida sem incidentes. Com a proibição, torcedores bebem do mesmo jeito, só que fora do estádio. Algumas vezes ingerem até além da conta, adentrando alcoolizados acima do que é proporcional.

Entre outros dispositivos, o art. 217 da Constituição Federal comina ao Estado o dever de incentivar as práticas desportivas. O Estatuto do Torcedor, em seu art. 14, I, prevê, por meio de solicitação, a presença de agentes públicos de segurança dentro e fora dos estádios. Muitos destes, todavia, demonstram despreparo no trato da questão, o que por vezes agrava os ânimos os episódios violentos. Já que a legislação diz que eles estarão presentes, os policias necessitam de regular treinamento. Maior especialização pode ser dada a seguranças privados (os conhecidos stewards), profissionais dedicados unicamente aos eventos esportivos.

Como dito pelo professor Murad, a impunidade é um dos fatores problemáticos para a não resolução. Corintianos detidos em Oruro no começo de 2013, por exemplo, participaram da briga com vascaínos em Brasília meses depois [59].

Nos anos 1990, em São Paulo, as Torcidas Organizadas foram extintas, o que mais tarde mostrou–se uma medida inócua: elas se mantiveram legalmente como escolas de samba, frequentando estádios sem adereços e objetos que a identificassem. Organizações comprovadamente criminosas devem ser extintas, sim, contudo as ações não podem ocorrer de forma generalizada. Na clandestinidade ninguém saberá quem são os diretores dos grupos, incluindo aqueles que porventura cometam atos ilícitos. É conveniente estipular regras para diretores: “ficha limpa” nos registros policiais, por exemplo.

Torcida Organizada por si só não significa um mal que deve ser combatido. No começo do mês de maio de 2020, um grupo de torcedores do São Paulo Futebol Clube, ademais da doação de alimentos, auxiliou o reencontro de um torcedor corintiano para com a sua família [63]. Em um gesto de união, torcedores de clubes adversários saíram às ruas pelo país por entenderem que a defesa da democracia é importante, ainda que exista o risco de contágio do vírus [64].

O futebol do novo mundo necessita entender mais as múltiplas causas e agir de forma assertiva, sem mascarar os problemas.

Calendário rearranjado

Clubes grandes precisam jogar menos e clubes pequenos jogar mais e durante todo o ano, agora mais que em qualquer outro momento. A grave crise financeira decorrente da pandemia, caso os clubes pequenos não possam desenvolver suas atividades por todo o ano competitivo, poderá inclusive fazer com que clubes paralisem as suas atividades.

Conforme a Agence France–Presse (AFP):

“A taxa média de utilização do calendário brasileiro de futebol em 2019 foi de 30% para os 645 clubes que disputaram pelo menos um torneio profissional. Por outro lado, 44 desses clubes (7%) usaram pelo menos 80% de seu calendário. Neste grupo, existem 11 equipes que disputaram mais de 65 jogos, número considerado excessivo [65].”

Após a crise, o Brasil terá campeonatos estaduais, regionais e nacionais a serem finalizados. Clubes de pequeno porte dependem dos campeonatos locais de forma vital, a maioria joga apenas esses torneios, ficando em atividade apenas por 3 ou 4 meses ao ano.

As entidades de administração do desporto podem aproveitar as paralisações para implementar necessidades há muito [66] requeridas, como as sugestões do pesquisador do assunto Luís Filipe Chateaubriand: clubes não devem jogam concomitantemente com as seleções (datas FIFA). Fora a criação de concorrência entre dois produtos da mesma confederação, os clubes ficam por demais prejudicados com os desfalques em razão das convocações. Agendar a realização do jogo no campeonato nacional para o dia seguinte, também, não faz efeito na prática. Competições acessórias podem ter redução no número de datas disponíveis (principalmente no tocante aos clubes que disputam as competições nacionais).

IlAÇÃO

Como dito por Milton Jordão [67], uma hora ou outra a roda precisa voltar a girar, mas de um modo mais atento, mais preocupada para com os obstáculos do caminho e menos linear e automática. O reboot, expressão usada pelo autor, não deve ser feito como em computadores, um apagão momentâneo para que o sistema volte a ser como antes.

Rubem Alves disse que “O que sabemos torna–se hábito de ver e de pensar, que nos faz ver o novo através dos óculos do velho – e o transforma no que sempre vimos, e tudo continua do jeito como sempre foi”. Os atores do futebol precisam, então, questionar seus padrões sem a ótica antiga após a crise do coronavírus. Embora a memória do ser humano seja curta, o otimismo e esperança precisam sempre estar presentes na construção de um mundo que respeite as complexidades.

As milhares de vítimas da Covid-19 e seus familiares podem assim ser acalentadas e homenageadas, pois todo o sofrimento terá gerado, ao menos, um benéfico efeito colateral: mudança melhor na sociedade, até mesmo na coisa mais importante dentro as menos importantes (expressão revelada pelo ex–treinador Arrigo Sacchi), que é o futebol.

Seguindo a filosofia africana Ubuntu [68], esse pequeno texto só existe porque muitos outros bons vieram antes, como informam as referências. Que levemos esse conceito para o futebol, para toda a vida.

Referências

[1] SCHWARCZ, Lilia. O século XXI só começa depois da pandemia. Mai., 2020. (5:38). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dXHnwrT9asg>.

[2] FIFA. COVID–19 Football Regulatory Issues. Disponível em: <https://img.fifa.com/image/upload/zyqtt4bxgupp6pshcrtg.pdf>. Acesso em 19 de maio de 2020.

[3] GLOBOESPORTE.COM. Fifa oficializa permissão para que torneios implementem cinco substituições por time até o fim do ano. Mai., 2020. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol–internacional/noticia/fifa–oficializa–permissao–para–que–torneios–implementem–cinco–substituicoes–por–time–ate–o–fim–do–ano.ghtml>. Acesso em 30 de maio de 2020.

[4] LOPES, Pedro. Pesquisa: 75% dos jogadores do Brasil ganham menos de R$ 7 mil mensais. In: UOL, Uol de Primeira, mai., 2020. Disponível em: <https://www.uol.com.br/esporte/futebol/de–primeira/2020/05/28/pesquisa–75–dos–jogadores–do–brasil–ganham–menos–de–r–7–mil–mensais.htm>. Acesso em 28 de maio de 2020.

[5] LIMA, Bruno. Santos corta 70% do salário dos atletas e gera revolta no elenco. In: A Tribuna, mai., 2020. Disponível em: <https://www.atribuna.com.br/esportes/santosfc/santos–corta–70–do–sal%C3%A1rio–dos–atletas–e–gera–revolta–no–elenco–1.100660>. Acesso em 15 de maio de 2020.

[6] RICARDO, Rodrigo. Flamengo demite 62 pessoas e reduz salários em 25%. In: Rádio Agência Nacional, mai., 2020. Disponível em: <https://radioagencianacional.ebc.com.br/esporte/audio/2020–05/flamengo–demite–62–pessoas–e–reduz–salarios–em–25>. Acesso em 23 de mai de 2020.

[7] FLAMENGO. Demonstrações financeiras. Disponível em: <https://www.flamengo.com.br/transparencia/demonstracoes–financeiras>. Acesso em 23 de maio de 2020.

[8] O ESTADO DE SÃO PAULO. Saiba como estão os acordos dos países europeus para reduzir os salários dos jogadores. Abr., 2020. Disponível em: <https://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,saiba–quais–paises–europeus–ja–reduziram–os–salarios–dos–jogadores,70003265312>. Acesso em 23 de maio de 2020.

[9] HARARI, Yuval Novah. Na batalha contra o coronavírus, faltam líderes à humanidade. Companhias da Letras, 2020, edição Kindle, posição 98.

[10] AMADO, João Leal. Apud  REZENDE, José Ricardo. Tratado de Direito Desportivo: (cáp. 1 a 9). São Paulo: All Print Editora, 2016, edição Kindle, posição 3852.

[11] COSTA, Guilherme; MATTOS, Rodrigo. Bom Senso F.C. já conta com 300 atletas e fala em calendário que agrade TV. In: UOL, set., 2013. Disponível em: <https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas–noticias/2013/09/30/bom–senso–fc–ja–conta–com–300–atletas–e–fala–em–calendario–que–agrade–tv.htm>. Acesso em 27 de maio de 2020.

[12] PRIMEIRA LIGA. Disponível em: <http://primeiraligabr.com/liga.aspx#obj>. Acesso em 25 de maio de 2020.

[13] FENAPAF. Disponível em: <http://www.fenapaf.org.br/home>. Acesso em 26 de maio de 2020.

[14] SERRANO, Igor. O retorno do futebol no Brasil a qualquer custo?! In: Lei em Campo, mai., 2020. Disponível em: <https://leiemcampo.com.br/o–retorno–do–futebol–no–brasil–a–qualquer–cust/>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[15] FLAMENGO DA GENTE. (FlamengoDaGente). “Por iniciativa do Flamengo da Gente, dezenas de sócios enviaram aos órgãos competentes do clube um pedido de esclarecimentos sobre o movimento pela retomada do futebol liderado pelo Flamengo. Eis o que queremos saber. Aguardamos e cobraremos respostas.” 22 de maio de 2020, 2:47 pm. Tweet.

[16] IG. Presidentes de Flamengo e Vasco, Landim e Campello se encontram com Bolsonaro. Mai., 2020. Disponível em: <https://esporte.ig.com.br/futebol/2020–05–19/presidentes–de–flamengo–e–vasco–landim–e–campello–se–encontram–com–bolsonaro.html>. Acesso em 25 de maio de 2020.

[17] GOAL. Prefeitura do Rio multa o Flamengo: veja o valor e a defesa do clube. Mai., 2020. Disponível em: <https://www.goal.com/br/not%C3%ADcias/prefeitura–do–rio–multa–o–flamengo–veja–o–valor–e–a–defesa/1t5pddgo0za4214hknlup0hpvw>. Acesso em 25 de maio de 2020.

[18] ISTOÉ. Celso Barros critica Vasco e Flamengo por reunião com Bolsonaro: ‘Desserviço’. Disponível em: <https://istoe.com.br/celso–barros–critica–vasco–e–flamengo–por–reuniao–com–bolsonaro–desservico/>. Mai., 2020. Acesso em 21 de maio de 2020.

[19] LEIRAS, Thayuan. Montenegro, do Botafogo, critica movimentos de Flamengo e Vasco: “Eles podem se tornar homicidas”. In: Globoesporte.com, mai., 2020. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/montenegro–do–botafogo–critica–movimentos–de–flamengo–e–vasco–eles–podem–se–tornar–homicidas.ghtml>. Acesso em 21 de maio de 2020.

[20] GLOBOESPORTE.COM. Rodolfo Landim defende forma como Flamengo voltou aos treinos: “Deveria ser um exemplo”. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/landim–abraca–protocolo–e–defende–volta–do–flamengo–se–e–seguro–minha–pergunta–e–por–que–nao.ghtml>. Mai., 2020. Acesso em 26 de maio de 2020.

[21] GLOBOESPORTE.COM.  Jogadores do Flamengo treinam no campo do Ninho do Urubu. Prefeitura diz só ter autorizado fisioterapia; veja imagens. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/jogadores–do–flamengo–treinam–no–campo–do–ninho–do–urubu–prefeitura–diz–so–ter–autorizado–fisioterapia.ghtml> Mai., 2020. Acesso em 26 de maio de 2020.

[22] SCHMIDT, Felipe. Contra volta aos treinos, Cremerj notifica médicos de clubes do Rio e pode abrir processo interno. In: Globoesporte.com, mai., 2020. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/rj/futebol/noticia/cremerj–cobra–explicacoes–de–medicos–e–desconhece–seis–nomes–de–protocolo–da–ferj.ghtml>. Acesso em 27 de maio de 2020.

[23] FERNANDEZ, Martín. Pesquisa mostra que 68% dos jogadores querem a volta do futebol no Brasil. In: Globoesporte.com, mai., 2020. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/sp/futebol/noticia/pesquisa–mostra–que–68percent–dos–jogadores–querem–a–volta–do–futebol–no–brasil.ghtml>. Acesso em 25 de maio de 2020.

[24] SALGADO, Diego. et. al. Grandes de SP se reúnem e debatem novo pacote de reduções salariais. In: UOL, Uol de Primeira, mai., 2020. Disponível em: <https://www.uol.com.br/esporte/futebol/de–primeira/2020/05/29/grandes–de–sp–se–reunem–e–debatem–novo–pacote–de–reducoes–salariais.htm>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[25] GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Decreto flexibiliza reabertura gradual da economia fluminense. Disponível em: <https://www.saude.rj.gov.br/noticias/2020/06/decreto–flexibiliza–reabertura–gradual–da–economia–fluminense>. Acesso em 06 de junho de 2020.

[26] GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Painel Coronavírus COVID–19. Disponível em: <http://painel.saude.rj.gov.br/monitoramento/covid19.html>. Acesso em 06 de junho de 2020.

[27] FORMIGA, Bruno. A oficialização da volta do futebol carioca. Ainda sem data. In: Esporte Interativo, jun. 2020. Disponível em: https://www.esporteinterativo.com.br/blogs/A–oficializao–da–volta–do–futebol–carioca.–Ainda–sem–data–20200606–0026.html. Acesso em 06 de junho de 2020.

[28] BUCHHOLZ, Katharina. The Trans–Atlantic Slave Trade Uprooted Millions. In: Statista, Aug., 2019. Disponível em: <https://www.statista.com/chart/19068/trans–atlantic–slave–trade–by–country–region/>. Acesso em 16 de maio de 2020.,

[29] OBSERVATÓRIO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO FUTEBOL. Disponível em: <https://observatorioracialfutebol.com.br/>.

[30] LOPES, Tatiana. Árbitro encontra bananas em seu carro e relata racismo no Gauchão. In: Globoesporte.com, mar., 2014. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/rs/noticia/2014/03/arbitro–encontra–bananas–em–seu–carro–e–relata–racismo–no–gauchao.html>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[31] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/6403>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[32] EXTRA. Xingado pela torcida do Botafogo, Vinicius Jr. sofre ofensa racial no Nilton Santos. Mar., 2018. Disponível em: <https://extra.globo.com/esporte/flamengo/xingado–pela–torcida–do–botafogo–vinicius–jr–sofre–ofensa–racial–no–nilton–santos–22454325.html>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[33] O ESTADO DE SÃO PAULO. Após Raí criticar Bolsonaro, Caio Ribeiro opina: ‘Ele tem que falar de esporte’. mai, 2020. Disponível em:<https://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,apos–rai–criticar–bolsonaro–caio–ribeiro–opina–ele–tem–que–falar–de–esporte,70003289533>. Acesso em 10 de maio de 2020.

[34] IG. Casagrande e Caio Ribeiro discutem no ‘Bem, amigos!’. Mai., 2020. Disponível em: <https://esporte.ig.com.br/futebol/2020–05–05/casagrande–e–caio–ribeiro–discutem–no–bem–amigos.html/>. Acesso em 10 de maio de 2020.

[35] GALEANO, Eduardo. Fútbol a sol y sombra. Siglo XXI Editores, 2014, edição Kindle, posição 77–80.

[36] REZENDE, José Ricardo. Tratado de direito desportivo: (cap. 10 a 12). São Paulo: All Print Editora, 2016, edição Kindle, posição 2174.

[37] JAMES, LeBron. (kingjames). Instagram, 26 de maio de 2020. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/CAq3fpCgyve/>.

[38] UNGHERIA, Pedro. Paulinho, ex–Vasco, comenta sobre morte do garoto João Pedro, no Rio de Janeiro: “Sentimento de tristeza”. In: SportBuzz, mai., 2020. Disponível em: <https://sportbuzz.uol.com.br/noticias/futebol/paulinho–ex–vasco–comenta–sobre–morte–do–garoto–joao–pedro–no–rio–de–janeiro–sentimento–de–tristeza.phtml>. Acesso em 23 de maio de 2020.

[39] PIRES, Breiller. Lucas Santos: “Saí da favela, mas não posso ficar alienado enquanto matam negros e pobres”. In: El País, dez., 2019. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/12/04/deportes/1575420206_831984.html>. Acesso em 28 de maio de 2020.

[40] RIBEIRO, Éverton. (evertonri). Instagram, 02 de junho de 2020. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/CA6FJpPjTHB/>.

[41] DE CASTRO, Lúcio. Juninho Paulista dribla o código de ética da CBF e se mantém em negócios no futebol sendo coordenador da seleção. In: Sportlight, fev., 2020. Disponível: <https://agenciasportlight.com.br/index.php/2020/02/17/juninho–paulista–dribla–o–codigo–de–etica–da–cbf–e–se–mantem–em–negocios–no–futebol–sendo–coordenador–da–selecao/>. Acesso em 18 de fevereiro de 2020.

[42] ALVES, Marcus. ‘Por que vocês apoiam a Libertadores?’: como escândalo da Conmebol ‘congestionou’ SAC de patrocinadora. In: ESPN, mai., 2017. Disponível: <http://www.espn.com.br/noticia/695808_por–que–voces–apoiam–a–libertadores–como–escandalo–da–conmebol–congestionou–sac–de–patrocinadora>. Acesso em 27 de maio de 2020.

[43] PIZA, Rafael Cobra de Toledo. A base vinha forte… e agora?? In: Lei em campo, abr., 2020. Disponível em: <https://leiemcampo.com.br/a–base–vinha–forte–e–agora/>. Acesso em 24 de abril de 2020.

[44] CAMPOS, CIRO. Categorias de base temem que pandemia prejudique a formação de jovens jogadores. In: O Estado de São Paulo, abr., 2020. Disponível em: <https://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,categorias–de–base–temem–que–pandemia–prejudique–a–formacao–de–jovens–jogadores,70003283581>. Acesso em 27 de maio de 2020.

[45] PLURI CONSULTORIA. Categorias de base no Brasil. Disponível em: <https://www.pluriconsultoria.com.br/wp–content/uploads/2020/02/Categorias–de–Base–no–Brasil.pdf>. Acesso em 27 de maio de 2020.

[46] CBF. CBF registra receita e investimento recordes em 2019. Mar., 2020. Disponível em: <https://www.cbf.com.br/a–cbf/informes/index/cbf–registra–receita–e–investimento–recordes–em–2019>. Acesso em 26 de maio de 2020.

[47] UOL. CBF anuncia ajuda de R$ 19 mi a clubes das Séries C, D e futebol feminino. Abr., 2020. Disponível em: <https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas–noticias/2020/04/06/cbf–anuncia–ajuda–financeira–para–clubes–das–series–c–d–e–futebol–feminino.htm>. Acesso em 28 de maio de 2020.

[48] CANHEDO, Ana; OLIVEIRA, Maurício. Das ameaças a atletas à verba da CBF retida: pandemia escancara amadorismo do futebol feminino. In: Globoesporte.com, mai., 2020. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/futebol/futebol–feminino/noticia/das–ameacas–a–atletas–a–verba–da–cbf–retida–pandemia–escancara–amadorismo–do–futebol–feminino.ghtml>. Acesso em 24 de maio de 2020.

[49] MENDONÇA, Renata. Só 2 mulheres comandam times do Brasileiro; gestão também é masculina. Dibradoras, UOL, fev. 2020. Disponível em: <https://dibradoras.blogosfera.uol.com.br/2020/02/05/so–2–mulheres–comandam–times–do–brasileiro–gestao–tambem–e–masculina/>. Acesso em 28 de maio de 2020.

[50] GLOBOESPORTE.COM. Clubes precisarão manter equipes femininas para jogar Libertadores. Set., 2016. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/futebol/libertadores/noticia/2016/09/clubes–terao–que–ter–times–femininos–partir–de–2019–para–jogar–libertadores.html>. Acesso em 28 de maio de 2020.

[51] BONSANTI, Bruno. Pandemia é uma “ameaça existencial” ao futebol feminino, diz sindicato. In: Trivela, abr., 2020. Disponível em: <https://trivela.com.br/pandemia–ameaca–existencial–futebol–feminino–diz–sindicato/>. Acesso em 28 de maio de 2020.

[52] GRAFIETTI, Cesar. Futebol Feminino: pandemia golpeou a modalidade, mas a solução é mais fácil (e barata) do que parece. In: InfoMoney, mai. 2020. Disponível em: <https://www.infomoney.com.br/colunistas/cesar–grafietti/futebol–feminino–pandemia–golpeou–a–modalidade–mas–a–solucao–e–mais–facil–e–barata–do–que–parece/>. Acesso em 28 de maio de 2020.

[53] ROLO, Maria Fernanda Fernandes da Silva. A pseudo banalização dos danos morais à luz do Estatuto do Torcedor. Direito Desportivo Exclusivo II. p. 274.

[54] COELHO, Paulo Vinícius. Crise se confirma e clubes perdem em média 30% de sócios torcedores durante a pandemia. In: Globoesporte.com, mai., 2020. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/blogs/blog–do–pvc/post/2020/05/10/crise–se–confirma–e–clubes–perdem–em–media–30percent–de–socios–torcedores–durante–a–pandemia.ghtml>. Acesso em 28 de maio de 2020.

[55] LA LIGA. Mediapro y LaLiga llevan el fútbol español a las residencias de la tercera edad. Mai., 2020. Disponível em: <https://www.laliga.com/es–GB/noticias/nota–informativa–mediapro–y–laliga–llevan–el–futbol–espanol–a–las–residencias–de–la–tercera–edad>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[56] BBC. Premier League: BBC to show live matches when season resumes in June. Mai, 2020. Disponível em: <https://www.bbc.com/sport/football/52842600>. Acesso em 30 de maio de 2020.

[57] VAQUER, Gabriel. Globo perde 300 mil assinantes no Premiere e prejuízo supera R$ 40 milhões. In: UOL, mai, 2020. Disponível em: <https://www.uol.com.br/esporte/futebol/de–primeira/2020/05/22/globo–ja–enfrenta–queda–de–20–na–base–de–assinantes–do–pay–per–view.htm>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[58] MURAD, Maurício. A violência no futebol. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 229–235.

[59] PEREIRA, Mauro Cézar. Por que a torcida única não é solução nem por cinco minutos. In: ESPN, mar., 2017. Disponível em: <http://www.espn.com.br/blogs/maurocezarpereira/675311_por–que–a–torcida–unica–nao–e–solucao–nem–por–cinco–minutos>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[60] SOUZA, Fabrício Trindade de. Direito em Jogo – Torcida única: mal não necessário. In: Jota, mai., 2016. Disponível em: <https://www.jota.info/opiniao–e–analise/artigos/direito–em–jogo–torcida–unica–mal–nao–necessario–17052016>. Acesso em 1º de julho de 2016.

[61] HAMMES, Tomás. Gre–nais pela Libertadores não terão torcida mista pela primeira vez em cinco anos. In: Globoesporte.com. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/libertadores/noticia/gre–nais–pela–libertadores–nao–terao–torcida–mista–pela–primeira–vez–em–cinco–anos.ghtml>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[62] TOBAR, Bertasso Felipe. A(s) inconstitucionalidade(s) da proibição da venda e do consumo de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. Revista Brasileira de Direito Desportivo, edição n. 22, Editora Revista dos Tribunais. São Paulo. 2012.

[63] GAZETA ESPORTIVA. Em meio à pandemia, são–paulinos ajudam corintiano a ser reencontrado pela família. Mai., 2020. Disponível em: <https://www.gazetaesportiva.com/times/sao–paulo/em–meio–a–pandemia–sao–paulinos–ajudam–corintiano–a–ser–reencontrado–pela–familia/>. Acesso em 20 de maio de 2020.

[64] CAETANO, Guilherme; GABRIEL, Ruan de Sousa. Torcidas organizadas de clubes rivais saem às ruas em defesa da democracia em São Paulo, Minas e Rio. In: O Globo, mai., 2020. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/torcidas–organizadas–de–clubes–rivais–saem–as–ruas–em–defesa–da–democracia–em–sao–paulo–minas–rio–24455430>. Acesso em 31 de maio de 2020.

[65] AFP. Sobrecarregado, calendário do futebol brasileiro é questionado. In: FolhaPE, abr., 2020. Disponível em: <https://www.folhape.com.br/esportes/mais–esportes/coronavirus/2020/04/14/NWS,137130,68,1683,ESPORTES,2191–SOBRECARREGADO–CALENDARIO–FUTEBOL–BRASILEIRO–QUESTIONADO.aspx>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[66] CHATEAUBRIAND, Luís Filipe. ‘As Sete Premissas de um Calendário Ótimo para o Futebol Brasileiro’ In: Lance, dez., 2016. Disponível em: <https://www.lance.com.br/futebol–nacional/sete–premissas–calendario–otimo–para–futebol–brasileiro.html>. Acesso em 29 de maio de 2020.

[67] JORDÃO, Milton. Ano 2020: um reboot no mundo do futebol? In: IBDD, mai., 2020. Disponível em: <http://ibdd.com.br/ano–2020–um–reboot–no–mundo–do–futebol/>. Acesso em 21 de maio de 2020.

[68] A filosofia africana Ubuntu tem como seu maior dito a expressão “eu sou porque nós somos”. Ver DA LUZ, Nathalia. Ubuntu: a filosofia africana que nutre o conceito de humanidade em sua essência. In: Por dentro da África, set., 2014.. Disponível em: <http://www.pordentrodaafrica.com/cultura/ubuntu–filosofia–africana–que–nutre–o–conceito–de–humanidade–em–sua–essencia>.

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Laerte Tássio é advogado pós-graduado em Gestão do Esporte e Direito Desportivo.

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