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Como o Rei do Futebol desbravou o marketing e o entretenimento esportivo

Por Ivana Negrão e Thiago Braga

Pelé completou 80 anos recluso. Depois de problemas de saúde que comprometeram a locomoção, ele passou a evitar compromissos sociais e os encontros virtuais tão comuns em meio a pandemia ficaram mais restritos à família.

Apesar de sua “ausência” pública, é impossível dizer que o Rei do Futebol esteve em algum momento longe dos holofotes. “Pelé é o grande nome do entretenimento esportivo. E é possível arriscar que ele foi o primeiro grande no mundo”, sugere Marcos Motta, advogado especialista em direito esportivo.

Mas como quem enganou a patrocinadora das chuteiras na Copa de 70 se tornou uma marca tão forte? “Pelé soube construir em torno de si uma história, muito antes do marketing esportivo se tornar uma realidade e uma necessidade”, avalia o professor de gestão esportiva Fernando Fleury.

“Talvez até de maneira inconsciente. Mas, sem dúvida, deu o pontapé inicial para o entendimento do esportista como criador de conteúdo ‘monetizável‘. Foi o que ele fez”, completa Marcos Motta.

Pelé já foi marca de café, personagem de história em quadrinhos, ator, fez filme com Sylverter Stalone e gravou disco. Teve até patrocínio de marca de cachaça. Ele ultrapassou fronteiras.

Tostão relatou no livro “Tempos Vividos, Sonhados e Perdidos” que o camisa 10 da seleção canarinho tirou a marca da chuteira com a qual gostava de jogar e colocou a marca da empresa com quem tinha contrato. Porém, não houve reclamação a respeito.

“Pelé jogou com a chuteira que queria, confirmou que era o melhor de todos os tempos, o Brasil foi campeão e as duas empresas ficaram felizes com o lucro”, descreveu Tostão.

“Ele entendeu a posição dele no mercado global. Numa época sem internet, quando não havia transformação digital”, destaca Marcos Motta.

Em outubro de 2020, uma exposição no Museu do Futebol, em São Paulo, foi montada em homenagem aos 80 anos de Pelé. Na ocasião, o intuito foi mostrar esse ícone do futebol às gerações que não o viram jogar.

Estima-se que a marca Pelé deva valer hoje entre R$ 600 milhões e R$ 1 bilhão e é “muito provável que se mantenha ‘viva’ por muitos e muitos anos, porque hoje ela transcende o Edson. Ela tem vida própria”, acredita Fernando Fleury.

Crédito da foto: Fifa.com

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