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Como uma amizade pode acabar com plano da Uefa de ter uma nova Champions

“À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta.” Quem nunca ouviu a frase sobre o quão honesta precisam ser as relações de negócio? Um caso recente pode pôr a perder a estratégia da Uefa de ter uma Liga dos Campeões remodelada a partir de 2024: a amizade íntima entre o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, e o presidente da Juventus, Andrea Agnelli.

Na semana passada, vazou a iniciativa da Uefa de ter uma competição com acesso e rebaixamento, o que gerou polêmica por supostamente beneficiar os clubes mais importantes do continente, e sem que as equipes se classifiquem para a Champions por meio dos campeonatos nacionais.

Agnelli escolheu Ceferin como padrinho de sua filha de seis meses de idade, o que Ceferin definiu como uma honra que transcende o futebol. Agnelli também ajudou o presidente da Uefa a preparar o plano de reestruturação da Champions League.

“Eles podem ser amigos, desde que não haja favorecimento em torno dessa amizade”, define o advogado Nilo Patussi, especialista em compliance.

Mas as acusações de favorecimento não param por aí. Vira e mexe Ceferin é alvo do que ele chama de “rumores lógicos e muito estúpidos”, como andar em carros da marca Ferrari, da qual a família Agnelli é dona, ou fazer viagens no jatinho da família, ambas refutadas por Ceferin.

Outra relação, essa comercial, também tem reverberado contra Ceferin na Uefa. Recentemente o Paris Saint-Germain foi absolvido das acusações de burlar o fair play financeiro. O presidente do PSG, Nasser el-Khelaifi, faz parte do comitê executivo da Uefa e ao mesmo tempo comanda a beIN Sport, canal de TV que adquiriu direitos de transmissão de torneios da Uefa.

“Se houver controles rigorosos de ambas as instituições, são ferramentas necessárias para que o favorecimento não aconteça. Um dos controles mais utilizados para que esse favorecimento não aconteça é a due diligence, que é investigar e apurar quem são os envolvidos em negociações e parcerias entre as instituições. Havendo risco de ter um negócio antiético em razão desse vínculo, o compliance inviabiliza o negócio”, finaliza Patussi.

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