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Conmebol leva decisão da Libertadores para Espanha e dribla princípio do Direito Esportivo

Ao confirmar a final da edição 2018 da Taça Libertadores para o estádio Santiago Bernabéu, em Madri, na Espanha, a Conmebol jogou para escanteio um dos princípios do Direito Esportivo: a paridade de armas, que confere, nesse caso ao futebol, o equilíbrio, a imprevisibilidade, dando ao esporte a incerteza do resultado, o que torna o esporte competitivo e emocionante. Ou seja, armas iguais para os competidores a fim de garantir que a disputa seja justa.

“Claro que o princípio acabou violado. A Conmebol virou refém de uma situação absurda. A torcida do River provocou uma confusão que impediu a partida. O Boca entrou na justiça pedindo o título e ameaçando não jogar. A Conmebol teve de conciliar a situação e para isso ‘driblou’ o princípio da paridade de armas”, afirmou o advogado e jornalista Andrei Kampff.

A entidade assim feriu a isonomia da competição ao permitir que o Boca Juniors jogasse na Bombonera lotado apenas por torcedores xeneizes e não permitir ao River jogar em casa. Para evitar um problema maior, todas as partes envolvidas abriram mão de alguma vantagem para que a final seja disputada na casa do Real Madrid, no próximo dia 9.

“Jogar longe de casa e sem a torcida úncia é um prejuizo técnico para o River. Mas o clube entendeu que seria uma ‘puniçao indireta’ pelo incidentes do dia 24 e concordou. Mas claro que, se não tivesse aceitado isso, o River poderia acionar a Justiça. E não vai fazer. O Boca também sabe que dificilmente ganharia o título pelo Tribunal. Ganhou jogar em um campo neutro. Todos venceram, menos o princípio da paridade de armas”, explicou Kampff.

Mas os problemas para a Conmebol e o River Plate podem ir além do campo esportivo. Segundo Luiz Marcondes, advogado e mestre em Direito Desportivo, os torcedores que se sentirem lesados podem acionar a entidade e o River na esfera cível.

“Não é porque o River está devolvendo o dinheiro para quem foi ao jogo que a questão está resolvida. As pessoas podem acioná-los na Justiça por não terem tido a oportunidade de presenciarem a final”, analisou, deixando claro que pode haver uma enxurrada de ações contra a Conmebol e o River Plate por parte de torcedores insatisfeitos.

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