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Corona pode ressuscitar o mata-mata

A pandemia do novo coronavírus levou os organizadores de competições esportivas do mundo inteiro a suspendê-las. Grandes eventos como a Euro e os Jogos Olímpicos foram adiados para 2021.

A cada dia de paralisação, mais difícil fica o enquadramento do calendário dentro da temporada. A Premier League, por exemplo, cogita, inclusive, não retornar a competição e deixar a competição 2019/2020 sem um campeão.

No Brasil, os estaduais foram interrompidos e a preocupação com o encaixa as datas das 38 rodadas do Brasileirão é cada vez maior.

Os Clubes reuniram-se e reforçaram a intenção de manter o campeonato brasileiro no formato atual, ou seja, turno, returno, com o campeão sendo aquele marcar o maior número de pontos ao final da competição (pontos corridos).

Para manter o Brasileirão neste formato, caso a paralisação do futebol dure mais tempo, pode ser necessário estender a competição até 2021 com a consequente redução das datas dos Estaduais daquele ano ou, até mesmo, não realização deles.

Uma alternativa interessante seria aproveitar a oportunidade e adequar o calendário brasileiro ao europeu, ou seja, com início em agosto de 2020 e junho de 2021. Nesse formato, os estaduais passariam a fechar a temporada, ao invés de abri-la.

De toda forma, uma ideia que não pode ser descartada é a alteração excepcional da forma de disputa em 2020 com a volta do mata-mata.

Isso porque, com a fase de “playoffs” é possível adaptar a competição ao número de datas disponíveis. Em outras palavras, se houver mais datas, pode-se fazer turno único e mata-mata com 8 ou 4 equipes e se houver menos datas, pode-se dividir as equipes em dois grupos com cruzamentos entre os mais bem colocados.

Para alguns, a volta do mata-mata, ainda que de forma excepcional, violaria o art. 8º, II, do Estatuto do Torcedor que estabelece que seja adotado, em pelo menos uma competição de âmbito nacional, sistema de disputa em que as equipes participantes conheçam, previamente ao seu início, a quantidade de partidas que disputarão, bem como seus adversários.

Nesse caso é importante destacar que pode-se aplicar de forma analógica a Teoria do cumprimento substancial da obrigação, ou seja,  em uma competição em que se conhece mais de 80% dos jogos e adversários deve-se prevalecer princípios jurídicos contemporâneos, especialmente com a boa-fé objetiva e a função social do desporto.

O retorno do mata-mata em um campeonato brasileiro “tiro curto” pode fazer com que cada partida seja decisiva e hiperdimensionar no torcedor toda saudade e paixão reprimidas nesse período sem o futebol.

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