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Cruzeiro pode perder atletas por atrasos salariais. Entenda

Se dentro de campo as coisas não andam bem para o Cruzeiro, fora estão ainda pior. Enfrentando forte crise financeira e disputando a Série B do Campeonato Brasileiro, a Raposa enfrenta graves problemas. Nesta quarta-feira (7), vence outra folha salarial de jogadores e funcionários, e novamente não há previsão de quando o clube conseguirá fazer o pagamento.

De acordo com a ‘Rádio Itatiaia’, os jogadores do profissional do Cruzeiro completarão o terceiro mês de atraso na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Também há relatos de atletas que não recebem direito de imagem há quatro meses. A situação é dramática e pode piorar ainda mais se esses profissionais decidirem levar o caso para Justiça.

“A Regra Jurídica é clara no artigo 31 da Lei Pelé, atraso de Remuneração, incluindo as parcelas do Direito de Imagem – tanto as parcelas da Remuneração como de licença de imagem, atrasadas, no todo ou em parte, por três meses ou mais, geram o direto de os atletas buscarem na Justiça do Trabalho a rescisão indireta do contrato de trabalho, restando livres para contratarem com outros clubes, mesmo que estejam com as janelas de transferência fechadas ou com limitação de inscrição encerrada durante a competição”, afirma Rafael Ramos, advogado especializado em direito desportivo.

Domingos Zainaghi, advogado trabalhista, explica que “diferentemente do que ocorre numa relação de trabalho comum, nesta o empregado deixa a empresa e imediatamente poderá trabalhar para outro empregador. No caso do atleta profissional, não basta ele deixar o clube que não cumpre suas obrigações, ele terá de ingressar com uma reclamação trabalhista para que liminarmente a Justiça do Trabalho lhe autorize a assinar contrato de trabalho com outro clube, pois só assim a federação ou confederação poderá registrar o contrato de um atleta nessas condições”.

A situação é tão crítica que na última segunda-feira (5), a energia elétrica da Toca da Raposa I, centro de treinamento da base do Cruzeiro, foi cortada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) após atrasos na conta.

Segundo a ‘Itatiaia’, os colaboradores do clube ainda têm parte de outubro de 2020 para receber, além do 13º e alguns ainda precisam receber 1/3 de férias. Em 2021, quem recebe um salário mínimo, falta a folha que vence hoje para ser quitada. Quem recebe até R$ 3 mil, faltam parte da folha de junho e a atual. Os demais estão com duas folhas e meia em atraso, contando com a de junho, que vence agora.

Na categoria de base e no futebol feminino, para os que ganham mais de R$ 3 mil, são duas folhas e meia em atraso.

Uma coletiva de imprensa com o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, está marcada para a tarde desta quarta-feira para falar sobre o assunto.

Crédito imagem: Cruzeiro

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