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Equilíbrio financeiro dos clubes pavimenta títulos recentes na Libertadores

A derrota para o Tigres, do México, na semifinal do Mundial de Clubes foi dolorosa, mas os torcedores do Palmeiras têm motivos para acreditar que o clube paulista possa repetir o feito em pouco tempo. Se ganhar o Mundial é tarefa árdua, conquistar o título da Libertadores, como o Verdão conseguiu nesta temporada, é uma realidade cada vez mais provável para quem conta com organização financeira. E, ao que parece, um pequeno grupo de times entendeu que manter as contas em dia é o caminho mais curto para títulos em campo

“Nas últimas quatro edições tivemos vitórias de equipes de diversos portes e condições financeiras. O Grêmio de 2017 era uma equipe saudável, mas não tinha orçamento enorme. Já River Plate, Flamengo e Palmeiras têm orçamentos relevantes para padrões sul-americanos, entretanto o River Plate possui uma condição bastante desequilibrada, que depende fortemente da venda de atletas”, analisa o economista César Grafietti.

Não é só ter mais dinheiro, mas saber como usar o dinheiro que tem. cada um dos últimos quatro campeões da Libertadores tem uma história e um modelo para contar.

O Grêmio cortou custos, criou protocolos internos com maior análise e rigidez para uso de receitas. Tudo isso amparado por softwares de gestão. Além disso, mudou o perfil de jogadores, deixando de apostar em medalhões para apostar na base. Dali, o clube tirou rendimento técnico com Arthur, Luan e Everton Cebolinha, entre outros, que rendeu ao Grêmio títulos da Libertadores e da Copa do Brasil, como também serviu para turbinar as finanças gremistas.

Já o River se reinventou após a queda para a segunda divisão argentina em 2011. Apostou nas categorias de base para gerar receitas, vendendo jogadores a cada campanha vitoriosa para poder equilibrar as finanças. Depende também dos sócios do clube e das receitas dem dias de jogos para ter um caixa mais robusto.

Um choque de gestão apresentado pelos dirigentes que assumiram o Flamengo em 2012 deu início a um período sem conquistas e com dinheiro contado para pagar a dívida que chegou a bater na casa dos R$ 750 milhões. Com a reestruturação financeira, o clube passou a colher frutos em 2019, com os títulos da Libertadores e Brasileiro.

No Palmeiras, a reformulação começou com o ex-presidente Paulo Nobre, que cortou custos, renegociou contratos e chegou até a colocar dinheiro do próprio bolso. Depois, o clube contou com o apoio fiel da Crefisa, patrocinadora e parceira do Palmeiras, para sustentar o crescimento. Com as receitas geradas pelo Allianz Parque, o clube paulista catapultou suas chances de conquistas.

“Assim como os clubes nos pontos corridos dependem de uma boa administração, foco na boa gestão, equilíbrio orçamentário, é uma tendência clubes mais sólidos serem campeões também no mata-mata. Nos últimos quatro anos, quatro campeões da Libertadores, pode colocar o Atlético Nacional, da Colômbia, que é um clube bem administrado, são cinco campeões, cinco clubes bem administrados. Então, parece que é uma tendência irreversível, que o campo reflita a boa gestão. O que não era sem tempo, na Europa já é assim”, ressalta o consultor esportivo Amir Somoggi.

E não são só os títulos que comprovam que os quatro últimos campeões largam na frente quando se trata da disputa pela taça mais cobiçada do continente. Além de campeão em 2018, o River também ergueu o troféu em 2015 e foi semifinalista em 2017 e em 2020.

Palmeiras e Grêmio foram semifinalistas em 2018 e o Grêmio voltaria à semifinal no ano seguinte. Outros dois times que apostam nas boas práticas de gestão para poderem ter sucesso dentro de campo são o Atlético Nacional, da Colômbia, e o Independiente del Valle, do Equador. Em 2016 eles fizeram a final da Libertadores, com vitória do time colombiano.

E embora não tenha conquistado títulos, outra presença constante foi a do Boca Juniors-ARG, semifinalista em 2016, 2019 e 2020, e vice-campeão da Libertadores em 2018.

“Acho que todos tem aspectos positivos e negativos. O Grêmio custava menos em relação às receitas, então foi mais eficiente. Palmeiras e Flamengo custaram quase a mesma coisa, e no Palmeiras ainda tem o efeito da pandemia nas receitas”, pontua Grafietti, para depois completar. “Precisaremos de mais tempo para confirmar se é uma tendência ou acaso. Na Champions League costuma ser uma tendência, que não respeita 100% das equipes. Recentemente tivemos o Ajax nas semifinais, Barcelona e Real Madrid deixando a competição cedo.”

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