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Estudo analisa o impacto esportivo dos Jogos Olímpicos em países anfitriões

Qual é o impacto esportivo que os Jogos Olímpicos deixam para o país sede? Essa é uma dúvida recorrente que muitas pessoas gostariam de saber a resposta. Em um estudo inédito, a ‘Sports Value’ analisou os investimentos realizados pelos anfitriões ao longo da história para receber a Olimpíada e os comparou com o retorno efetivo em medalhas nos eventos posteriores. Os resultados obtidos chamaram a atenção.

“O objetivo do material é mostrar que países como Reino Unido, Japão, Estados Unidos e Austrália melhoraram esportivamente após sediarem os Jogos Olímpicos enquanto o Brasil está muito distante do aceitável”, afirma Amir Somoggi, especialista em marketing esportivo e autor do estudo.

Uma das conclusões do estudo é de que os Jogos Olímpicos são altamente custosos e não se pagam diretamente em conquista de medalhas. O pódio é o resultado de um plano ambicioso de prática massiva de esporte pela população e detecção de jovens talentos. Na maioria dos casos, os países usaram o evento para impulsionar um projeto esportivo no futuro.

O material mostra que embora o resultado do Brasil em Tóquio-2020 seja o mais alto em número de medalhas, na prática o desempenho pode ser considerado um grande fiasco, já que o país gastou US$ 14 bi com a Rio-2016 e gasta outros R$ 750 milhões em recursos públicos anuais para esportes profissionais.

Assim, é correto afirmar que o Brasil não conseguiu, a exemplo de outros, usar a Olimpíada em casa como impulsionador. Sem as novas modalidades como surfe e skate, por exemplo, o desempenho em Tóquio-2020 teria sido pior.

O estudo também demonstra como os países construíram um projeto estratégico de esporte e com aumento de prática esportiva da população e modelos concretos de detecção de talentos, subiram no ranking de medalhas.

“Não é simplesmente colocar as pessoas para praticar esporte, é preciso criar um sistema de detecção de talentos e colocar aquelas pessoas que realmente tem talento quase que exclusivamente para viver do esporte. Esse é o modelo americano e europeu, onde se privilegia não apenas a medalha, mas um projeto estratégico. Temos exemplos pelo mundo que comprovam que o bom investimento na busca de medalhas vem de um projeto estratégico de nação”, analisa Amir Somoggi.

Nações cuja população mantém a prática de esporte em sua rotina, gastam menos com saúde e segurança pública.

É isso o que afirmou José Manuel Franco, presidente do Conselho Superior de Esportes da Espanha (CSD), em entrevista recente para a revista ‘Capital’: “Para cada um euro investido em atividade física da população, se economiza outros 15 euros em gastos públicos com saúde”.

Por fim, o estudo concluiu que: países que construíram um projeto estratégico para o esporte colheram benefícios esportivos; investimentos públicos em esporte precisam impactar em mais prática esportiva da população, que resulta em mais medalhas e redução do sedentarismo e modelo estruturado de captação de talentos são os caminhos para a transformação de países em potências olímpicas.

“A mensagem que fica do estudo é de que temos que repensar os investimentos públicos, focar na iniciação esportiva e não em centros de excelências”, finaliza Amir.

Confira todos os detalhes do estudo.

Crédito imagem: COB

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