A FIFA e a FIFPro, sindicato que representa os jogadores de futebol à nível mundial, anunciaram no último sábado (18) uma parceria para coordenar e implementar um plano para proteger atletas, equipes, dirigentes e torcedores contra discursos de ódio nas redes sociais.
#FIFPRO and @FIFAcom will provide all players at FIFA tournaments in 2022 and 2023 with advice for managing social media accounts, as well as launching a dedicated in-tournament moderation service to combat hate speech. #NoToHate https://t.co/Xw6MODp79u
— FIFPRO (@FIFPRO) June 18, 2022
Com a Copa do Mundo do Catar à vista, as duas entidades vão lançar uma ferramenta dedicada à moderação de comentários nas plataformas digitais durante a realização de campeonatos masculinos e femininos. O objetivo será de identificar e impedir que o comentário seja visto pelo destinatário e seus seguidores, reduzindo sua visibilidade e alcance.
“Nosso dever é proteger o futebol, e isso começa com os jogadores que trazem tanta alegria e felicidade a todos nós por suas façanhas no campo de jogo”, disse o presidente da FIFA, Gianni Infantino.
“Infelizmente, há uma tendência em desenvolvimento em que uma porcentagem de postagens em canais de mídia social direcionadas a jogadores, treinadores, árbitros e às próprias equipes não é aceitável, e essa forma de discriminação – como qualquer outra — não tem lugar no futebol”, acrescentou.
Relatório sobre discursos de ódio contra jogadores
Um relatório lançado recentemente pela FIFA, em que foi utilizado a inteligência artificial para rastrear mais de 400 mil postagens nas redes sociais durante as fases finais da Eurocopa 2020 e da Copa Africana de Nações, apontou que mais de 50% dos jogadores receberam algum tipo de abuso discriminatório, com grande parte dos ataques vindo do seu país natal. Os comentários homofóbicos representam 40% das ofensas, enquanto injúrias raciais são 38% das postagens.
O relatório também destacou que 90% dos perfis em redes sociais contendo comentários de ódio têm alta probabilidade de identificação, facilitando o trabalho das autoridades responsáveis pela aplicação das medidas cabíveis.
David Aganzo, presidente da FIFPro, afirmou que a colaboração com a FIFA reconhece a responsabilidade do futebol em proteger os grupos que fazem parte do esporte, ressaltando o impacto negativo que os ataques têm no desempenho, bem-estar e saúde mental dos jogadores.
“O abuso online é uma questão social e, como indústria, não podemos aceitar que essa nova forma de abuso e discriminação afete tantas pessoas, incluindo nossos jogadores. Vários sindicatos de jogadores realizaram um trabalho muito bom sobre este tópico que, relacionado ao nosso recente relatório lançado em conjunto com outros sindicatos de jogadores, nos dá muitas ideias ao abordar este assunto daqui para frente. Pesquisas como esses relatórios são críticas, mas devem levar a ações de prevenção e remediação”, declarou.
As entidades também vão desenvolver um suporte educacional e conselhos de saúde mental para todos os jogadores participantes dos torneios FIFA durante 2022 e 2023.
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