O racismo sofrido pelos brasileiros Taison e Dentinho, do Shakhtar Donetsk no jogo contra o Dínamo de Kiev ainda reverbera no mundo. A FIFPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol) vai pedir para a Federação Ucraniana de Futebol para anular o cartão vermelho recebido por Taison, que mostrou o dedo do meio e chutou uma bola em direção aos racistas.
“Estamos solicitando uma investigação sobre a conduta dos torcedores e administração da da situação pelos árbitros da partida. Entraremos em contato com Taison e Dentinho para oferecer todo o nosso apoio”, divulgou a organização que representa os jogadores de futebol no mundo.
Um levantamento do Harvard Institute for Economic Research mostra que a Rússia é um dos países menos diversos etnicamente no mundo.
O jogo foi disputado em Metalist, casa do Shakhtar Donetsk, mas os torcedores da equipe visitante conseguiram incomodar os brasileiros, que ficaram revoltados e não quiseram seguir jogando.
“Ao invés de regulamentos protocolares contra o racismo, como os da Fifa, que há poucos anos considerou essa uma ‘questão resolvida’, tínhamos de ter penas realmente duras. Tanto para os clubes (com multas e eliminações) que fazem vista grossa quanto para torcedores, jogadores e demais atores racistas. Estes deveriam ser identificados pelas câmeras, pelo ‘CPF’ dos ingressos e por todo esse controle que o tal ‘futebol moderno’ ou ‘padrão FIFA’ oferece. Estamos estagnados no combate há vinte anos, ainda achando que simples faixas reeducam as pessoas e resolvem a responsabilidade social de federações e clubes”, afirmou Marcel Diego Tonini, doutor em História Social pela FFLCH-USP.
A arbitragem chegou a paralisar o jogo e retirar os dois times de campo. Os próprios jogadores do Dínamo Kiev tentaram fazer com que os torcedores parassem os insultos se aproximando da grade. Depois de um tempo, o jogo foi reiniciado, mas sem Taison, que havia sido expulso.
“As federações nacionais estão submetidas à Fifa, que pode intervir e até puni-las, por descumprir os princípios fundamentais da entidade máxima do futebol”, diz Martinho Neves, advogado especialista em direito esportivo.
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