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Fim do projeto clube-empresa poderá ser fatal ao Botafogo

O clima no Botafogo está agitado. Após a derrota para o Cuiabá, na terça-feira (27), pelas oitavas de final da Copa do Brasil em pleno Engenhão, bastidores do clube vieram à tona. O youtuber, empresário e um dos torcedores notórios do Glorioso, Felipe Neto, fez uma série de tuítes com revelações sobre discordâncias políticas e críticas aos irmãos Moreira Salles, além de demonstrar preocupação com o abandono do projeto clube-empresa.

“Acredito que nas declarações há um ‘pedido de socorro’ embutido, porque a situação é grave. Sempre acreditei que o projeto era viável, mas duríssimo de ser colocado de pé, porque era algo que contava com a participação de muitas pessoas. Este tipo de turn around para ser eficiente deveria contar com poucas pessoas, que tenham uma estratégia clara de longo prazo e que afastem gestores e sócios antigos”, avalia o economista César Grafietti.

O Botafogo não conseguiu arrecadar com investidores os R$ 250 milhões necessários para prosseguir com a proposta de se transformar o clube em sociedade anônima. Por isso, o empresário e líder do plano, Laércio Paiva, abandonou o projeto. Diante do cenário, cada dia mais a ideia perde força no clube carioca.

“Tecnicamente, com a estrutura econômico-financeira atual o clube é inviável. Dever R$ 1 bilhão (ou perto disso), com receitas que não são muito maiores que R$ 200 milhões é insustentável. Logo, é preciso que alguém entre, coloque dinheiro e não espere retorno nem a médio prazo”, analisa Grafietti.

“Situação do Botafogo é drástica. Sem o projeto da S/A, não há qualquer esperança de uma real sobrevivência do clube. Eu estive ali dentro e vi de perto os projetos e possibilidades. Hoje, caminham pra recuperação judicial sem saberem nada sobre isso. É aterrorizante”, disse Felipe Neto no Twitter.

O Lei em Campo já explicou que o ‘Plano B’ adotado pelo atual mandatário do clube, Nelson Mufarrej, de pedir recuperação judicial não é possível.

“Existem caminhos alternativos ainda não explorados. Ao meu sentir passa muito pela real compreensão do lapso temporal em que a equipe quer e pode sustentar (discurso e prática), e de se alocar o desempenho desportivo a um segundo plano, no médio/alto prazo, para que a parcela administrativa/financeira possa se recuperar minimamente. Reconstruir é sempre mais demorado do que destruir. Para além, é um custo muito alto que poucos querem admitir e assumir”, disse Luciano Motta, advogado especialista em direito esportivo e empresarial, e autor do livro “O mito do clube-empresa”.

“Precisa colocar dinheiro, pagar as dívidas mais urgentes, alongar o que for possível, e especialmente colocar o clube numa estrutura profissional de fato. Era um pouco da ideia da S/A, mas que só funciona se tiver um dono e não um grupo de donos. Agora, são poucos os que podem fazer isso, tornando a situação mais grave. Quase que dá para dizer que essa possibilidade é como uma ‘bala de prata’. Porque a outra é tentar uma espécie de recuperação judicial, no caso uma insolvência civil, cujo resultado pode ser o fim do clube”, completa Cesar Grafietti.

A gravidade da situação foi o que motivou Felipe Neto a escrever um longo desabafo no Twitter. “Não terei mais qualquer amigo dentro do Botafogo depois disso, mas não ligo mais. O Botafogo caminha para a, agora, inevitável ‘falência’ e ninguém mais vê saída”, disse o influenciador digital.

Crédito imagem: Botafogo/Divulgação

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