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Goleiro Jean e o julgamento das redes sociais

O goleiro Jean, até então contratado pelo São Paulo, envolveu-se em briga com sua esposa nos Estados Unidos e foi preso pela polícia norte-americana.

A esposa do atleta postou um vídeo nas redes sociais relatando o incidente e, rapidamente, o “Tribunal das Redes Sociais” iniciou o julgamento de Jean.

Em minutos Jean estava condenado pelos internautas pelo crime de “violência doméstica” e apenado pelo seu clube que informou, em nota, que não tolera violência contra a mulher e que uma decisão quanto ao atleta já havia sido tomada. Assim, ao retornar das férias, Jean teve seu contrato de trabalho suspenso pelo São Paulo. O atleta acabou sendo emprestado ao Atlético Goianiense.

Após todo o estardalhaço a Justiça Americana, única com atribuição legal e meios para julgar o atleta, entendeu pelo arquivamento do caso e consequente inocência de Jean. Entretanto, os estragos na vida e na carreira do goleiro já foram consumados.

A legislação e a opinião pública brasileira ideologizaram-se bastante nas últimas décadas e há um estímulo para pré-julgamentos rasos e, sobretudo para minorias a aproveitarem-se de situações para benefício próprio.

Em 2019, a ex-paquita Ana Paula Almeida, conhecida como Pituxita, se auto agrediu e para se vingar de uma traição denunciou o marido por agressão.

Mais recentemente a “instagraner” Lorenna Vieira teria acusado um bancário de racismo após pedido de apresentar documento de identidade. Posteriormente, a polícia informou que o documento apresentado por ela era falso.

As atuais gerações, conhecidos como milenials, criaram o hábito de, no anonimato de seus computadores, participarem de pré-julgamentos rasos e absurdos. Foi assim com Neymar, José Mayer e agora com Jean.

Essa mesma geração, segundo dados do IBGE, sai cada vez mais tarde da casa dos pais, obtém independência financeira com maior idade e não querem assumir responsabilidades de filhos, família e trabalho. São muito vorazes nas palavras e omissos nas ações e nas propostas.

O que antes era brincadeira de amigos, virou bullying, o que era paquera, virou assédio, o que era ironia, virou agressão.

E assim tem caminhado a humanidade à espera de um meteoro que possa trazer a leveza que a humanidade perdeu com a geração que se tornou adulta nos anos 2000.

Quanto saudosismo dos “Trapalhões”, “TV Pirata”, “Banheira do Gugu”, “Aqui Agora”, “Sushi do Fautão”, “Sabadão Sertanejo”, entre outros programas que representavam a ousadia e a alegria do brasileiro sem qualquer frescura (mimimi).

Finalmente, importante ressaltar que do ponto de vista jurídico, o goleiro Jean sofreu danos morais pelo seu abalo de imagem provocado por seu empregador, o São Paulo, e pode buscar em Juízo sua reparação.

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