Cheikh Sarr, goleiro do Rayo Majadahonda, que partiu para cima de torcedores do Sestao River após ser alvo de insultos racistas, disse nesta terça-feira (2) que se arrependeu da sua reação. O jogador chegou a pedir desculpas em sua primeira coletiva após o ocorrido.
“Foi minha cabeça, estava quente e peço desculpas ao mundo do futebol pela minha reação. Se acontecesse comigo de novo, não reagiria da mesma forma”, disse Sarr.
O goleiro foi questionado sobre o pedido de desculpas, uma vez que era a vítima do ato racista. Sarr admitiu o incômodo diante dos insultos que ouviu das arquibancadas, mas reiterou que gostaria de se desculpar pela reação de ir até os torcedores que foram preconceituosos.
“Isso me irrita muito, mas é preciso ter um pouco de respeito e acho que é o mais correto a se fazer. Se você é a vítima, tem que pedir desculpas ao mundo do futebol”, disse.
A partida foi suspensa aos 45 minutos do segundo tempo após o time de Sarr se recusar a voltar a campo. O goleiro senegalês recebeu apoio dos companheiros após ser vítima de racismo.
Sarr disse que espera que o episódio possa ajudar a haver uma mudança de postura contra o racismo no futebol, e apontou que “já sabe como reagir” se voltar a ser insultado de forma racista durante uma partida, contando que não foi a primeira vez que foi vítima de preconceito e citando que “não aguentou” os gritos dos torcedores.
“O pior momento foi quando me insultou. Minha intenção era pular e falar com ele, pegá-lo, saber se tinha família e perguntar por quê. Era alguém mais velho, acho que ele tinha uma criança e deveria ser um exemplo”, declarou.
Sarr ainda agradeceu ao atacante brasileiro Vini Jr, que também é constantemente alvo do preconceito racial na Espanha. Inclusive, indicou que se espelha nele nesta luta contra o racismo. O jogador do Real Madrid fez uma publicação de apoio ao goleiro do Rayo Majadahonda.
Sarr corre risco de ser suspenso por até oito jogos após ir até a arquibancada para reagir aos atos racistas, uma vez que foi expulso pelo árbitro da partida.
“Minha reação com o árbitro não foi agressiva. Fui contar porque ele não estava lá, e me deu o cartão vermelho. Queria fazer isso com todo o respeito do mundo. Repito, acho que deveriam perguntar primeiro à vítima. Queria perguntar para que o cartão vermelho. Depois do jogo, algumas horas depois, nos encontramos para conversar sobre o ocorrido”, encerrou o goleiro.
Crédito imagem: Reprodução
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