Vivendo sua maior crise financeira da história, o Internacional passa, desde o início do ano, por um processo de reconstrução e reestruturação das finanças. Nesta sexta-feira (20), o Colorado comunicou a demissão de 45 profissionais do clube, um novo corte de gastos e revisão de contratos com fornecedores.
Essa não é a primeira vez que o clube gaúcho faz demissões em massa de funcionários e novamente pode ter dado início a disputas na Justiça.
Luciane Adam, advogada especialista em direito trabalhista, ressalta que “demissões em massa podem gerar discussões judiciais, se não contarem com intervenção do sindicato da categoria”.
Já Rafael Teixeira, advogado especialista em direito desportivo, considerada a atitude em conformidade com a legislação.
“É legal porque o ART. 477-A da atual CLT permite. Porém, a Jurisprudência da Justiça do Trabalho vem barrando despedidas plúrimas e coletivas que causem grande impacto social, porque viola a dignidade da pessoa humana, a valorização social do trabalho, o direito de ter acesso ao trabalho e falta de motivação detalhadamente comprovada, que permita tal demissão em massa (plúrima ou coletiva)”, avaliou.
Em abril, o Colorado desligou 63 profissionais e o caso foi parar nos tribunais. Na ocasião, as dispensas ocorreram a menos de um mês da data base da categoria, desrespeitando a legislação trabalhista.
“São decisões que tomamos hoje para construir um amanhã sólido, sustentável e vencedor para o clube. Porque se o presente é difícil, o futuro pode ser pior se não fizermos o que precisa ser feito agora. Lembrando, sempre, que administramos em nome da torcida e é por ela, e para ela, que devemos gerir o Inter com responsabilidade, honestidade, amor e compromisso com o futuro do clube”, diz um trecho da divulgada (confira na íntegra ao fim da matéria) pelo Internacional que também foi assinada pelo CEO Giovane Zanardo.
Em abril, o Colorado desligou 63 profissionais e o caso foi parar nos tribunais. Na ocasião, as dispensas ocorreram a menos de um mês da data base da categoria, desrespeitando a legislação trabalhista.
“Desde a Reforma Trabalhista de 2017, foi liberado legalmente a dispensa individual, plúrima ou coletiva. Entretanto, o Tribunal Superior do Trabalho, via Ministério Público do Trabalho ajuizando Ação Coletiva costuma barrar certos abusos. No caso do futebol, o MPT não tem entrado muito”, explica Rafael Teixeira, advogado especialista em direito desportivo.
“Mas não basta reconhecer o problema, é preciso construir as soluções. Passo a passo, estamos realizando uma reestruturação administrativa, revisando processos, reavaliando fontes de receitas e fazendo os ajustes financeiros necessários para atender as necessidades da nossa estrutura, em todos os setores”, completa o clube em comunicado.
Ao fechar 2020 com o maior déficit de toda sua história – aproximadamente R$ 90 milhões -, o Internacional também teve que renegociar contratos com fornecedores, cortar alguns projetos futuros e enxugar a folha salarial do departamento de futebol. Somente com a saída de 20 atletas no primeiro trimestre de 2021, o Colorado já calcula uma redução de R$ 2 milhões de gastos mensais.
No planejamento orçamentário da diretoria colorada, que contou com a aprovação do Conselho Deliberativo, a expectativa é que o clube arrecade R$ 90 milhões em receitas, fechando a temporada com um superávit de pouco mais de R$ 100 mil.
Leia a nota do Internacional
“Desde o início, a atual gestão colorada tem demonstrado, de forma transparente, sua preocupação com a realidade financeira do Clube e com a necessidade de buscar maior eficiência administrativa e operacional.
Mas não basta reconhecer o problema, é preciso construir as soluções. Passo a passo, estamos realizando uma reestruturação administrativa, revisando processos, reavaliando fontes de receitas e fazendo os ajustes financeiros necessários para atender as necessidades da nossa estrutura, em todos os setores.
Nesta direção, o Sport Club Internacional comunica a implementação e acompanhamento, a partir de hoje, de uma nova série de medidas administrativas, tais como:
Revisão de todos os contratos com fornecedores estratégicos;
Desligamento de cerca de 45 colaboradores, de todas as áreas;
Reavaliação de rotinas, processos e sistemas;
Redução de gastos correntes não essenciais.
São decisões que tomamos hoje para construir um amanhã sólido, sustentável e vencedor para o Clube. Porque se o presente é difícil, o futuro pode ser pior se não fizermos o que precisa ser feito agora. Lembrando, sempre, que administramos em nome da torcida e é por ela, e para ela, que devemos gerir o Inter com responsabilidade, honestidade, amor e compromisso com o futuro do clube.
Giovane Zanardo
CEO do Internacional”
Crédito imagem: Internacional
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