Em entrevista ao The Guardian, o ex-meio-campista e atual dirigente do Lyon falou sobre racismo, sua visão sobre o governo de Jair Bolsonaro, e a forma como os brasileiros são ensinados a pensar apenas em dinheiro.
O ex-jogador criticou duramente o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e a falta de empatia da elite brasileira.
“O establishment no Brasil não tem empatia e quer que nós não tenhamos também. A elite não entende o tamanho das desigualdades financeiras no país que, se aumentarem, causarão violência.”, disse Juninho.
O ex-atleta também comentou o combate do Brasil ao coronavírus e suas medidas adotadas. “Sinto uma profunda tristeza. Eu sou brasileiro, sei que somos um país pobre e nosso pessoal precisa trabalhar, mas o isolamento social é uma questão de saúde.”
Juninho Pernambucano disse que existem “milhares de George Floyds no Brasil”.
“Como foi possível uma criança de oito anos ser baleada pela polícia como aconteceu no ano passado no Complexo do Alemão? Como é possível viver depois disso? É inacreditável!”, disse o ex-jogador.
Crítico de Bolsonaro nas redes sociais, Juninho disse que rompeu a amizade com “80% ou 90%” dos familiares e amigos por apoio ao presidente em 2018.
“Bolsonaro é um filhote do WhatsApp e das fake news. As pessoas que apoiavam Bolsonaro eram maioria e foi minha decisão me afastar delas. Eu sei que algumas delas estão se arrependendo de sua decisão agora. Elas achavam que Bolsonaro era a única opção”, afirmou.
Crédito da foto: Romain Lafabregue/AFP
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