O segundo dia do Jurisports 2023, evento organizado pela Academia Nacional de Direito Desportivo (ANDD), teve um painel dedicado exclusivamente para debater a criação da liga de clubes no futebol brasileiro.
Guilherme Bellintani, presidente da SAF Bahia, e Thairo Arruda, diretor-geral da SAF Botafogo, se juntaram aos advogados Flávio Zveiter e Pedro Sousa para discutir o tema. A intermediação ficou por conta da Ministra Morgana de Almeida Richa.
Pedro Sousa iniciou a mesa-redonda fazendo uma introdução sobre a organização dos campeonatos estrangeiros e os projetos recentes que acabaram não avançando no Brasil, como foi o caso da Primeira Liga.
“Primeira tentativa de se criar uma liga foi com o Clube dos 13. Chegou-se a ter a Primeira Liga, porém outras edições acabaram não acontecendo”, disse o advogado membro da academia.
O advogado Flávio Zveiter, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), reforçou que “a liga é apenas um dos meios que contribuirá para a melhoria do futebol brasileiro”.
Bellintani fez uma reflexão sobre a criação da Liga e reforçou a necessidade de transparência no processo de divisão das receitas.
“A criação da Liga abrange diversos aspectos e traz à tona alguns debates sobre possíveis melhorias no esporte. Passa por uma expectativa da reaproximação, em termos competitivos, do futebol brasileiro em relação ao universo europeu. Além disso, é um tema extremamente importante para o crescimento das receitas entre os clubes. Não sabemos quanto, mas se tudo der errado, o valor ainda será maior do que temos atualmente. Por outro lado, sabemos que não adianta ter dinheiro se o controle não for feito da maneira correta, por isso precisamos de um processo claro de divisão”, disse o presidente do Bahia.
Em sua participação, Arruda apontou os aspectos positivos para a criação de uma nova competição no país, como o aumento na arrecadação.
“A Liga é um instrumento importante para o salto competitivo do futebol no país. Temas como comercialização dos direitos de transmissão, cuidados comerciais com o produto que envolvem o jogo e acordos com patrocinadores precisam de uma atenção especial para a maximização das receitas da competição. Estima-se que a nova competição poderá a arrecadação do Campeonato Brasileiro, que hoje gira em torno de R$ 2 bilhões, é um salto muito importante para a competição no país”, disse o dirigente do Botafogo.
A mesa debateu ainda algumas diferenças entre a Liga e Libra.
O segundo dia também teve painéis sobre esportes eletrônicos (eSports), o novo regulamento de agentes da FIFA e os direitos de transmissões.
No painel sobre direitos de transmissões, a mesa foi comandada pelo advogado Paulo Feuz, professor da ENAJD (Escola Nacional de Justiça Desportiva) e vice-presidente da ANDD, e o Professor Doutor Ricardo Sayeg. As convidadas foram Marina Draib, do SBT, e Adriana Guimarães Guerra, da Record. Elas falaram sobre as dificuldades que as emissoras encontram para conseguir as competições.
Nesta sexta-feira (26), acontece o terceiro e último dia do Jurisports, com a manhã inteira dedicada às SAFs. Essa é a décima edição do evento, instituída em 2013, com o intuito de aprimorar as discussões em torno do direito desportivo nacional.
Confira a programação desta sexta-feira
9h30 – SAF – Aspectos trabalhistas e tributários
11h – SAF – Recuperação Judicial, Recuperação Extrajudicial e RCE
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