O ex-conselheiro do Santos, Adilson Durante Filho, foi condenado pela Justiça de São Paulo por racismo. A informação foi revelada pelo jornalista Rogério Gentile, do UOL.
Em 5 de julho de 2017, Adilson, que também era secretário-adjunto de turismo da cidade, gravou um áudio em um grupo de Whatsapp em que dizia que “todo mulato brasileiro é mau-caráter”.
“Não tem um que não seja (…) Você tem que desconfiar de todos. Essa cor é uma mistura de uma raça que não tem caráter. É verdade, isso é estudo”, disse o ex-conselheiro.
Adilson foi denunciado pelo Ministério Público e acabou sendo excluído do quadro de associados do Santos após admitir a autoria da gravação, no entanto, negou a intenção de praticar a discriminação racial. Ele ainda contou que momentos antes da gravação do áudio, havia se desentendido com um motoboy no trânsito.
À Justiça, a defesa do ex-conselheiro disse que ele estava fora de si e que não teve a intenção de ofender as pessoas negras. Adilson disse que, momentos antes da gravação do áudio, havia se desentendido com um motoboy no trânsito.
“Ele não é racista, respeita as pessoas de todas as raças e convive bem com elas. O áudio ocorreu em um momento de desabafo, num momento de ira”, declarou.
Na ação, o juiz Walter Luiz Esteves de Azevedo não aceitou a alegação. “Não foi um desabafo, um arroubo emocional dito aos gritos, mas uma argumentação que pretendia influenciar o interlocutor (…) A conduta é racista, o acusado sabia bem o significado e o peso de suas palavras. Agiu com dolo”, afirmou.
O ex-conselheiro, que ainda poderá recorrer da decisão, foi condenado a um ano de reclusão em regime aberto. No entanto, a pena foi suspensa, com a condição de que ele preste serviço à comunidade, além do pagamento de uma multa de um salário mínimo.
Há dois meses, Adilson obteve na Justiça a anulação da sua exclusão do Santos e foi reintegrado ao clube.
Crédito imagem: AP Photo/Andre Penner
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