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Liga francesa de futebol pede socorro financeiro a governo para “sobrevivência do setor”

A liga profissional de futebol francesa (LFP em francês) solicitou ao governo, através de um comunicado divulgado em seu site nesta quarta-feira (10), um “apoio emergencial” para manter a “sobrevivência do setor” em função dos efeitos causados pela pandemia de Covid-19.

O pedido é feito após a realização do balanço financeiro da entidade em relação à temporada atual. Ao todo, foram arrecadados € 759 milhões (R$ 4,5 bilhões na cotação atual) diante dos € 1,3 bilhões (R$ 8,4 bilhões) que estavam previstos.

A liga ainda cita que o apoio dado pelo governo em novembro, no valor de € 100 milhões (R$ 652 milhões), “revelou-se, infelizmente, insuficiente ou inadequado para a continuidade da atividade do setor”.

Dessa forma, a liga pede uma reunião urgente com os ministérios envolvidos com o objetivo de “construir um plano de ação emergencial” para ajudar os clubes profissionais do país e seus sócios a “superar as emergências que a crise da Covid-19 gerou”.

Outro impacto para as finanças dos clubes franceses foi a saída da Mediapro. A empresa responsável pela transmissão do campeonato francês pagou apenas as duas primeiras parcelas em julho e agosto, uma quantia de 143,6 milhões de euros, não entregando o montante combinado em outubro (€ 172,3 milhões) e dezembro (€ 152,5 milhões).

Por conta do impasse, a Mediapro entregou seus direitos de transmissão e pagou uma indenização de 100 milhões de euros à LFP (Ligue de Football Professionnel). Desde então, nenhuma outra empresa assumiu o espaço deixado, causando um prejuízo milionário aos clubes pela falta de repasse dos direitos televisivos.

Confira o comunicado divulgado pela liga francesa

O Conselho de Administração da LFP reuniu hoje para fazer o balanço da situação financeira do futebol profissional para a temporada 2020/2021 na sequência do acordo celebrado com o Canal + na passada quinta-feira sobre os direitos audiovisuais.

Em termos de receita global, o patamar é de € 759,1 milhões em vez dos € 1.307,1 milhões orçados pelos clubes para o exercício financeiro de 2020/2021. Estas perdas de receitas audiovisuais confirmam e agravam as previsões do presidente da DNCG, Jean-Marc Mickeler, que em dezembro de 2020 previa “uma perda da ordem de 800 milhões de euros para o futebol francês” . Até à data, estas perdas já ascendem a mais de 1 bilhão de euros (excluindo o impacto da janela de transferência) se somarmos as consequências dos jogos à porta fechada.

Neste contexto, as medidas já tomadas pelo governo para a presente época (da ordem dos € 100 milhões sem a PGE para o futebol profissional), no passado mês de novembro, revelaram-se, infelizmente, insuficientes ou inadequadas para a continuidade da atividade do setor. Tanto mais que esses anúncios não levaram em consideração a continuação das portas fechadas em 2021.

Consequentemente, a LFP solicita uma reunião de emergência com o Ministério da Economia, Finanças e Recuperação e o Ministério da Educação Nacional, Juventude e Desportos para receber os dirigentes da LFP e uma delegação de clubes para construir um plano de apoio emergencial.

Não se trata aqui de pedir ao Estado uma compensação pela queda dos direitos de TV ou pelo fracasso do Mediapro. Sobre estes assuntos, os clubes já têm feito grandes esforços para se adaptarem a esta forte quebra de receitas, quer através das negociações salariais iniciadas com os seus jogadores, quer através das reformas que a LFP está a preparar para garantir o seu futuro. No entanto, é fundamental que o Estado participe ajudando os clubes profissionais e seus acionistas a superar as emergências que a crise da COVID-19 gerou.

Está em jogo a sobrevivência do setor do futebol profissional e, sobretudo, de um patrimônio cultural e econômico que agora não podemos deixar de lado.

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