O Ministério Público Federal (MPF) propôs uma ação civil pública com indenização de R$ 100 mil contra Ângela Machado, diretora de Responsabilidade Social do Flamengo e esposa do presidente Rodolfo Landim, por conta de comentários preconceituosos contra nordestinos após o resultado das eleições presidenciais de 2022. De acordo com o jornal ‘O Globo’, a ação corre na 19ª Vara Cível da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Em suas redes sociais, Ângela Machado postou uma mensagem, fazendo alusão ao fato de Lula ter vencido no Nordeste: “ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias, bora trabalhar, pq se o gado morrer o carrapato passa fome”.
Após a repercussão negativa da postagem, Ângela apagou a mensagem e fechou suas contas nas redes sociais para o público.
Através de seus advogados, Ângela declarou que não teve a intenção de ofender os nordestinos, justificando que é natural do estado de Sergipe e que viveu por quase 30 anos no Nordeste.
O MPF considera, porém, que as afirmações e o pedido de desculpas não a eximem de responsabilidade e tampouco satisfazem o dever de plena e integral reparação, tendo em vista a repulsa que as declarações provocaram e a reprovabilidade da conduta.
Os procuradores consideram que a mensagem, que comparou nordestinos a carrapatos constitui ofensa a dignidade e a honra, na medida em que buscou desumanizar e inferiorizar os nordestinos.
“Sobre esse aspecto, deve-se reconhecer que, depois de disparado o discurso discriminatório e produzido seus efeitos, não basta pedir desculpas, pois a reparação precisa ser plena e integral. De antemão, é necessário de pronto enfatizar que processo judicial deve ser instrumento de efetiva proteção dos direitos fundamentais e não palco para naturalização – ausência de crítica e questionamento – acerca de atitudes racistas ou discriminatórias”, afirmam os autores da ação.
Crédito imagem: Divulgação/Brasil 247
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