É curioso observar como a cerveja pode ser vendida livremente durante os eventos da NFL em São Paulo, enquanto o futebol, o esporte mais popular do país, segue sob restrições rígidas.
Essa disparidade nos leva a refletir: por que a elite que consome NFL parece merecer um tratamento diferente do público tradicional do futebol?
A justificativa que normalmente ouvimos para a proibição de bebidas alcoólicas em estádios de futebol é a segurança.
No entanto, eventos esportivos, como a própria NFL ou jogos internacionais no Brasil, permitem o consumo sem problemas significativos.
Se a questão fosse realmente sobre segurança, não deveríamos adotar uma abordagem uniforme?
O que parece estar em jogo, no entanto, é um preconceito velado.
A NFL, ainda que tenha crescido em popularidade no Brasil, atrai um público mais seleto e elitizado.
O futebol, por outro lado, é o esporte do povo. E é exatamente aí que reside a questão: o público da NFL seria considerado mais “civilizado” e menos propenso a violência que o público do futebol?
Essa distinção nos faz pensar que não é apenas sobre a segurança ou o álcool, mas sobre o tratamento dado a diferentes classes sociais no Brasil.
Quando a cerveja é permitida em um evento de elite e proibida no esporte mais democrático do país, a mensagem implícita é clara: uns merecem mais liberdade e confiança do que outros.
O que precisamos, portanto, é repensar essa lógica. Se o argumento é segurança, que tal investir mais em infraestrutura, policiamento eficiente e campanhas de conscientização, em vez de privar o torcedor comum de um direito que é concedido a outros em contextos semelhantes?
É preciso questionar essas disparidades, porque o esporte deve ser para todos, com direitos iguais.
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