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O mito da Seleção de 82

A suspensão do futebol fez com que os canais especializados em esportes colocassem na sua grade reprises de jogos e dentre eles destacou-se a transmissão das partidas da Seleção Brasileira na Copa de 82.

A Seleção que para muitos foi uma das melhores da história do futebol não ganhou a Copa de 82 e é não é conhecida pelas gerações atuais.

Comandada por Telê Santana, a Seleção teve uma vitoriosa turnê pela Europa e tinha como titulares Valdir Peres (São Paulo); Leandro (Flamengo), Oscar (São Paulo), Luizinho (Atlético Mineiro) e Junior (Flamengo); Toninho Cerezo (Atlético Mineiro), Falcão (Roma-ITA), Sócrates (Corinthians) e Zico (Flamengo); Éder Aleixo (Atlético Mineiro) e Serginho Chulapa (São Paulo).

O resto do grupo era composto por Goleiros: Paulo Sérgio (Botafogo) e Carlos (Ponte Preta); Defensores: Edevaldo (Internacional), Juninho (Ponte Preta), Edinho (Fluminense) e Pedrinho (Vasco da Gama); Meio-campistas: Paulo Isidoro (Grêmio), Batista (Grêmio) e Renato (São Paulo); Atacantes: Roberto Dinamite (Vasco da Gama) e Dirceu (Atlético de Madri).

A equipe de Telê Santana chegou ao Mundial da Espanha como favorita após vencer a Inglaterra em Wembley, a França em Paris e a Alemanha em Stuttgart.

Ao assistir as partidas daquela Seleção, ao invés de um futebol total, o que se viu foi uma Seleção desequilibrada que venceu com muita dificuldade e até ajuda da arbitragem União Soviética e Escócia e teve como grande exibição a o jogo contra a Argentina.

Indiscutivelmente, a Seleção de 82 foi uma grande Seleção, tal como a de 78, 86 e 54. Mas, definitivamente, de longe não é a equipe “cantada” pelos saudosistas.  Há um processo saudosista de superestimação daquela equipe.

Assistindo as partidas da Copa de 82, a Seleção não perdeu para a URSS porque dois pênaltis claríssimos em favor dos soviéticos não foram marcados.

Contra a fraca equipe escocesa, a Seleção saiu atrás no placar e depois acabou goleando. A Nova Zelândia, goleada na última partida da primeira fase, era uma das piores seleções daquela Copa, quiçá do mundo.

Contra uma Argentina desunida, a Seleção fez sua melhor partida na Copa. Partida em que o volume de jogo da Argentina fez com que o criticado goleiro Valdir Peres fizesse sua melhor partida com a camisa da Seleção. Houve ainda, a não marcação de pênalti em cima de Maradona.

Na partida seguinte o Brasil foi eliminado pela Itália que se classificou para a segunda fase aos trancos e barrancos e dali arrancou para o conquistar a Copa do Mundo.

Aquela Seleção tinha um goleiro fraco e um centroavante que não era um dos 10 melhores do Brasil na época. No meio de campo, a equipe possuía grandes jogadores domo Falcão, Sócrates e Zico.

Zico, aliás, é o jogador mais superestimado da história da Seleção Brasileira. O camisa 10 do Flamengo foi um grande jogador e, principalmente, um exemplo de homem. Entretanto, Zico não atingiu grande rendimento na competição mais importante, a Copa do Mundo.

Naturalmente, além de Pelé, Zico foi menos jogador que Garrincha, Maradona, Nilton Santos, Zidane, Beckenbauer, Romário, o Ronaldo Fenômeno, Taffarel, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Gérson, Tostão, Rivelino, Paolo Rossi, Iniesta, Casillas e muitos outros.

Diferentemente de Zico, todos atletas citados foram decisivos em conquistas de Copas do Mundo. Além disso, praticamente todos foram protagonistas em grandes clubes da Europa, o que lhes conferiu uma projeção internacional muito superior à do atleta brasileiro, que perdeu três Copas e atuou num clube sem expressão da Itália, a Udinese.

Aliás, daquela Seleção, o craque maior foi Paulo Roberto Falcão que foi Bola de Prata na Copa da Espanha, considerado o 3º maior jogador do mundo em 1982 e 1983 pela “World Soccer e, mais tarde, entrou para s história do futebol mundial como “Rei de Roma”.

A Seleção de 82 definitivamente não é o que os saudosistas apontam. Tal conclusão não se deve exclusivamente pela perda da Copa do Mundo, mas por análises técnicas e desprovidas de emoção. Talvez, se tivessem conquistado a Copa do Mundo, esta Seleção não estaria tão presente no folclore futebolístico mundial.

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