O Campeonato Mineiro sempre foi um dos torneios estaduais mais tradicionais do Brasil, reunindo clubes históricos e proporcionando grandes emoções aos torcedores. No entanto, a edição de 2025 trouxe novamente à tona um problema que há tempos gera discussões: a lógica do seu regulamento. O caso mais emblemático desta temporada foi a classificação do Cruzeiro às semifinais, mesmo tendo feito uma campanha inferior a Betim e Athletic, que ficaram pelo caminho. A crítica de Gustavo Scarpa apenas ecoou o sentimento de muitos torcedores e especialistas.
Antes de mais nada, é importante deixar claro que o objetivo deste artigo não é encontrar culpados ou criticar gratuitamente, mas sim propor uma reflexão sobre como o regulamento pode ser melhorado para tornar a competição mais justa, racional e atrativa.
O Problema do Formato Atual
O Campeonato Mineiro adota um modelo em que os clubes são divididos em três grupos, mas enfrentam times de outras chaves na primeira fase. A classificação para as semifinais, no entanto, não é baseada nos melhores desempenhos gerais, mas sim nos melhores colocados de cada grupo, além do melhor segundo colocado no geral. Foi exatamente essa estrutura que permitiu que o Cruzeiro avançasse com 11 pontos, enquanto Betim e Athletic, com campanhas superiores, ficassem de fora.
Essa distorção gera um problema de mérito esportivo. Se a pontuação total de uma equipe não é suficiente para garantir sua classificação, mesmo tendo um desempenho melhor que outros classificados, então algo precisa ser revisto. O propósito de uma fase classificatória deve ser premiar os times que tiveram um desempenho superior, independentemente da distribuição por grupos.
Alternativas Para um Campeonato Mais Justo
Para evitar esse tipo de injustiça, algumas alternativas poderiam ser consideradas:
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Classificação Geral por Pontuação: Em vez de adotar o critério de grupos, as quatro melhores campanhas no geral avançariam às semifinais. Dessa forma, não haveria distorções como a deste ano.
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Ampliação da Fase Final: Outra possibilidade seria aumentar o número de classificados para seis ou oito clubes, permitindo a disputa de quartas de final e garantindo mais equilíbrio.
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Revisão da Distribuição dos Grupos: Caso a FMF queira manter a atual estrutura, é essencial buscar uma divisão mais equitativa, evitando que um grupo se torne excessivamente competitivo em comparação a outro.
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Sistema de Pontos Corridos com Final: Um modelo interessante seria um campeonato de pontos corridos com um número maior de rodadas, levando os dois melhores para uma final em ida e volta. Isso garantiria que apenas os times mais regulares brigassem pelo título.
Conclusão
O Campeonato Mineiro é uma competição que precisa se modernizar para continuar sendo relevante e atrativa. Manter um regulamento que permite distorções como as vistas em 2025 apenas desvaloriza o torneio e frustra torcedores e jogadores. Reformular as regras não significa descaracterizar o campeonato, mas sim torná-lo mais justo e competitivo.
Se a Federação Mineira de Futebol realmente deseja elevar o nível do estadual, é fundamental abrir um diálogo com clubes, atletas e torcedores para construir um formato que premie a competência e não o acaso. Afinal, competições bem organizadas não apenas atraem mais público, mas também fortalecem o futebol mineiro como um todo.
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