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OMS: tornar Olimpíada segura “não será fácil”. Especialistas explicam

Apesar do adiamento em um ano, a segurança da Olimpíada segue sendo uma preocupação da Organização Mundial de Saúde e de especialistas da área. Além da questão do controle de doping, existe ainda o risco do novo coronavírus. Em uma conferência à imprensa neste sábado (16/05), o diretor geral da OMS disse que “não será fácil” tornar a competição um evento seguro.

“Esperamos que Tóquio seja um local onde a humanidade pode reunir-se triunfalmente contra a covid-19. Está nas nossas mãos, mas não será fácil. Faremos o nosso melhor, e, com união nacional e solidariedade global, penso que será possível”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A Olimpíada deve reunir cerca de 11.000 atletas, de mais de 200 países ou territórios, e foi remarcada para acontecer entre 23 de julho e 8 de agosto de 2021.

Vários especialistas em saúde, incluindo no Japão, têm questionado a viabilidade do evento na ausência de um programa de vacinação global contra o novo coronavírus. O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse “é muito cedo para especular sobre os diferentes cenários e sobre o que poderá ser necessário para garantir a segurança de todos os participantes”.

A advogada especializada em direito esportivo e em doping Flávia Zanini diz que “nós que já acompanhamos grandes eventos sabemos toda estrutura que requer e agora temos os 3 lados (atletas, público e staff) e para acontecer uma grande competição em 15 meses já teria que estar acontecendo seleção e treinamento de quem vai trabalhar garantindo a segurança”.

Além da questão do vírus, outra preocupação muito grande no movimento esportivo diz respeito ao controle de doping.

Nesse momento de isolamento provocado pela pandemia, o controle não tem sido feito em quase todos os atletas no mundo.

E como cada país vive um momento diferente no controle do problema, alguns atletas ficarão mais tempo sem fazer o exame antidoping.

Eu participei de um podcast do Lei em Campo sobre Doping e Esporte com a Flávia e com Paulo Schimitt, procurador-geral da Justiça Antidopagem, e os dois estão preocupados.

“A isonomia foi perdida”, disse Paulo Schmitt. Já Flávia afirmou que “ciclos de dopagem no meu entendimento, começarão com a volta dos treinos, os atletas e treinadores estarão desesperados por resultados e a exigência deve causar dores, frustração e nestes casos sabemos que existe a busca pela dopagem”.

Só para se ter uma ideia do tamanho do prejuízo que a pandemia traz a esse controle no ano passado o laboratório do Brasil fez 10.500 testes (5.000 só CBF) e a meta deste ano era 12.000. “Até a quarentena tinha enviado trezentos e poucos pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem). A quantidade de exames na volta será muito grande”, diz Flávia Zanini.

É importante lembrar que o controle do doping é fundamental. Ele preserva dois princípios fundamentais do esporte e do olimpismo, o equilíbrio entre os competidores e o jogo limpo.

Como tudo depois do coronavírus, são mais dúvidas que certezas, mais interrogações que afirmações. Os jogos de Tóquio ainda têm grandes desafios pela frente. Mesmo em 2021.

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