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Os árbitros da FIFA são profissionais em Portugal

Cada país tem a sua estrutura para arbitragem de futebol, assim como no Brasil, em que as federações não seguem um padrão e cada comissão trabalha com o seu quadro de árbitros conforme sua gestão.

As diferenças nas estruturas organizacionais podem, por exemplo, fazer com que em alguns lugares alguns árbitros possam chegar mais rápido ao quadro da FIFA, e em outros lugares a caminhada seja mais longa.

Para conhecer um pouco de como funciona a arbitragem de futebol em Portugal, conversei com o árbitro português José Alberto Fernandes, 39 anos, motorista-administrativo, árbitro de futebol do quadro nacional, futsal e futebol de praia.

Renata Ruel: Como funciona a carreira do árbitro em Portugal desde a escola/curso para chegar à elite?

José Alberto: Cursos de futebol e futsal são administrados pelas associações de futebol de cada distrito com o acompanhamento da Federação Portuguesa de Futebol. Existem 22 associações de futebol no total. Depois da fase distrital, os árbitros selecionados por cada distrito ascendem à Federação Portuguesa de Futebol, precisando prestar provas na Academia de Rio Maior para serem aprovados. O grau de exigência aumenta cada vez mais, tendo-se de realizar provas semanais de análises de vídeos, interação nos núcleos de arbitragem, treinos físicos presenciais na academia de arbitragem. Após um conjunto de observações e provas ao longo da temporada, alguns sobem ao nível c2 elite, preparação para a Primeira Liga. Ao atingirem a liga, apenas são indicados à FIFA os melhores e os que cumprem requisito de limite de idade, além de seguir um programa específico de desenvolvimento na federação.

RR: A profissionalização dos árbitros é uma realidade em Portugal? Se sim, todos os árbitros são profissionais?

Alberto: Apenas árbitros com escudo FIFA podem aderir à profissionalização, por terem rendimentos mais altos. A Federação Portuguesa de Futebol limita o número de profissionais no contexto da arbitragem por implicar em altos encargos financeiros.

RR: Quais os valores das taxas de arbitragem?

Alberto: Árbitro profissional aufere subsídio de treino no valor de 500 euros. Geralmente a taxa de jogo ronda 1.476 euros na Primeira Liga, enquanto na Segunda Liga ronda os 1.032 euros; quarto árbitro aufere 320 euros; árbitro de vídeo, 335 euros. Em contrapartida, um árbitro do distrital aufere num jogo de seniores 60 euros; juvenis, perto de 35 euros; iniciados, 30 euros, infantis, 20 euros. Árbitros assistentes da liga auferem perto de 600 euros.

RR: Como é feito o treinamento físico e técnico do árbitro em Portugal?

Alberto: Árbitros da Liga treinam usualmente no centro de treinos indicado pela Liga, havendo exceções de alguns árbitros que treinam na Academia Militar de Lisboa com os árbitros do Polo Distrital.

RR: Há acompanhamento de psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, entre outros, para todos os árbitros?

Alberto: Árbitros da Liga e da FPF usufruem de psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, enquanto árbitro do distrital apenas dispõe de fisioterapeuta indicado pela Associação de Futebol Distrital.

RR: Há muitas mulheres na arbitragem? Alguma atuando na elite?

Alberto: O número de mulheres na arbitragem tem crescido tanto na vertente do futebol como no futsal.  A própria FPF segue as tendências europeias no aumento do número de equipes femininas participantes e na inclusão de árbitras femininas em jogos do masculino. Porém, até o momento, nos jogos masculinos, não há nenhuma atuando na elite, somente em nível distrital.

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