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Por que River pode ser punido por não jogar em função do coronavírus

O River Plate emitiu um comunicado oficial no qual avisa que, por conta pandemia do coronavírus, não irá entrar em campo para enfrentar o Atlético Tucumán pela Copa da Superliga. Imediatamente, também por nota, a Superliga se manifestou, defendendo a realização do jogo sem torcida, e reforçando possíveis sanções ao River se o clube não entrar em campo. É claro que isso não só pode, como deve acontecer.

Nenhum clube pode, de maneira unilateral, decidir não entrar em campo em um evento que tem um organizador, regras definidas e ele como signatário. Ele até pode fazer, assumindo o risco grande de ser punido. O River deve ter avaliado e aceitado enfrentar a possibilidade real de punição.

Se ele realmente não entrar em campo, deve perder a partida por W.O. e ainda corre o risco de pagar uma multa. Claro que ele poderá recorrer à Justiça Desportiva da Argentina, e até ao Tribunal Arbitral do Esporte, alegando motivo de “força maior”, mas o caminho não será fácil.

É sempre importante reforçar que os clubes estão dentro de uma cadeia associativa. É uma cadeia associativa vertical. Atletas se unem a clubes, que se filiam a federações nacionais, que se associam a uma federação internacional, que está ligada ao Comitê Olímpico. No caso do futebol, a FIFA é o ponto final da cadeia. Essa associação é voluntária e no direito esportivo é conhecida como Ein Platz Prinzip.

Não concorda, não participa.

Quando um clube se filia a uma associação e participa dos campeonatos organizados por ela, ele aceita as regras colocadas, e qualquer mudança não pode ser feita de maneira unilateral. Mas discutida e pensada.

A organização da Superliga afirma que consultou os responsáveis pela saúde pública da Argentina e as autoridades esportivas sobre a atitude a ser tomada em relação ao desenvolvimento do Campeonato Argentino, e a ideia de realização de jogos sem a presença de torcida.

E que, com o parecer das autoridades de saúde, o movimento esportivo aceitou realizar jogos sem a presença de torcida, a fim de evitar a possível propagação do vírus Covid-19.

Não sei qual o tamanho do problema na Argentina. Mas, assim como defendo aqui, acho que só quem deve opinar sobre assunto tão sério são especialistas na área. O movimento esportivo precisa acatar o que essas autoridades decidirem. E, em uma situação atípica, que representa risco à saúde das pessoas, mas também traz prejuízo a milhares de profissionais que trabalham no esporte, nenhuma decisão deve ser tomada de maneira unilateral.

Diálogo e bom senso. Sempre. E decisões coletivas devem sempre ser respeitadas, na democracia e no futebol.

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