O presidente do Barcelona e todos seus conselheiros decidiram renunciar. A mudança de postura teria sido motivada após a reunião desta segunda-feira (26) com toda a diretoria do clube catalão, quando ficou decidido que a votação da moção de censura aconteceria de qualquer forma, independentemente da nova onda da pandemia do coronavírus na Europa.
A informação da renúncia foi divulgada em primeira mão pelo Sport, que revelou também que a expectativa da atual gestão era a de que as autoridades de saúde reavaliassem a possibilidade de realização do referendo.
“A votação deve acontecer normalmente respeitando as condições de saúde”, já previa o advogado especialista em direito esportivo que mora na Espanha, Rodrigo Iglesias.
Parece que Josep Maria Bartomeu também entendeu desta forma e “entregou os pontos”.
A crise política no Barcelona não é recente. Desde o fim da temporada passada, quando Lionel Messi pediu para deixar o clube, a pressão sobre o presidente Bartomeu só crescia. A oposição não quis esperar as eleições previstas para março de 2021 e se mobilizou para a mudança da atual administração.
O empresário Jordi Farré, candidato à presidência do clube, apresentou a moção de censura contra Bartomeu em 26 de agosto. De acordo com o estatuto do clube, a validação do processo obrigava a mesa diretora a criar um referendo sobre a continuidade do presidente no cargo.
Caso dois terços dos votantes se manifestassem favoravelmente à moção, a atual diretoria ficaria impedida de realizar qualquer função no clube. Neste caso, novas eleições seriam convocadas imediatamente e um conselho de administração assumiria a responsabilidade sobre toda a instituição. O que não precisará mais ser feito.
“Seria o equivalente ao nosso impeachment, com características próprias em relação a cada procedimento, mas a função é a mesma”, explica Rodrigo Iglesias.
Josep Maria Bartomeu assumiu o Barça após a renúncia de Sandro Rosell, em 2014. Com a conquista da tríplice coroa em 2015, maior sucesso esportivo do clube em sua gestão, foi mantido depois de eleições. A partir daí foram cinco anos de muitas crises e problemas administrativos.
Agora “o presidente de uma das comissões vai assumir e convocar novas eleições no Barcelona. E o processo será chefiado por Carles Tusquts”, finalizou Rodrigo Iglesias.
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