Nesta quarta-feira (11), a Procuradoria do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) determinou a abertura de um inquérito para apurar a denúncia de racismo sofrida pelo volante Fellipe Bastos, do Goiás, durante a partida contra o Atlético-GO, no estádio Antônio Accioly, no último final de semana, pelo Brasileirão.
A Procuradoria do tribunal também pede esclarecimentos e informações ao Atlético-GO, além de determinar o envio de ofício para acompanhar o andamento do Boletim de Ocorrência feito pelo jogador.
O ato de injúria racial foi revelado por Fellipe Basto assim que a partida acabou. O jogador fez uma descrição do autor das ofensas e cobrou uma ação dos policiais e seguranças que estavam próximos do local. O volante disse estar “assustado” com o caso e ressaltou que é preciso “dar um basta nisso”.
“Aconteceu um ato racista. Eu estava saindo para o vestiário e um rapaz com óculos na cabeça me chamou de macaco. Eu voltei e falei para ele repetir. E ele falou: macaco. Me chamou duas vezes de macaco. No mundo em que a gente vive o ato racista nos deixa entristecido porque as pessoas que estavam ali do lado viram, as pessoas que estavam atrás de mim viram. O policial e os seguranças poderiam ter identificado o torcedor”, relatou.
“É recorrente. Já aconteceu em outros estádios, com outros jogadores, outras pessoas. Temos que dar um basta nisso, só quem sofre é que sente. Eu não queria que isso abafasse nossa primeira vitória no Campeonato Brasileiro, mas é importante falar. Estou assustado, pois é a primeira vez que acontece comigo. Eu pedi para ele repetir e ele repetiu”, acrescentou.
Diante da gravidade do episódio, que foi considerado como uma afronta ao artigo 243-G do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), a Procuradoria do STJD determinou:
I – a abertura de inquérito, na forma do artigo 81 e seguintes do CBJD;
II – a manifestação da equipe mandante Atlético/GO, sobre os fatos relatados, requisitando o fornecimento das imagens do setor onde teria ocorrido o suposto ato discriminatório após o apito final, além da relação de seguranças que estavam responsáveis por aquele setor, ou indicação da empresa responsável pela segurança do estádio, tudo no prazo de 03 (três) dias;
III – a expedição de ofício ao Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (GEACRI) daquele Estado, para informar o número e o andamento do Boletim de Ocorrência registrado pelo ofendido, o atleta Fellipe Bastos, referente ao assunto;
IV – a produção de todos os meios de prova legalmente admitidos”.
Até o momento, o Atlético-GO não informou se identificou o torcedor autor da ofensa racista.
Crédito imagem: Goiás
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