Pesquisar
Close this search box.

Quem é a FIFA na “fila da sopa”?

Já parou para refletir sobre as regras do jogo? O que você mudaria? Com o que concorda? Por que discorda da decisão do árbitro ou do comentarista ou do seu colega – seja ele torcedor do mesmo time que você, seja de outro?

Sim, cabem interpretações, as regras não são tão claras. Justamente por isso até mesmo entre os árbitros ocorrem divergências de opiniões, as interpretações acabam indo para dentro de campo e dessa forma se observa, em alguns momentos, a falta de critérios e uniformidade. A FIFA, por meio dos seus instrutores, busca passar diretrizes para que os critérios fiquem os mais próximos possíveis entre os árbitros e a cada jogo. Mas as regras não conseguem prever todas as situações que podem ocorrer em uma partida. O pitoresco pode acontecer a qualquer momento em quaisquer jogos.

Por isso a importância de se entender a regra e não simplesmente decorar, compreender o “espírito” e dominar a regra, conhecer o futebol.

Eu mudaria algumas coisas nas regras, se pudesse. Vejo alguns pontos complexos, difíceis para o árbitro guardar na memória, mesmo que sejam mais pontuais e raros, mas factuais, outros com grande margem para interpretações e consequentemente gerando falta de critérios (aqui entram as discussões após jogo, em que você pode concordar ou não com a opinião de alguém). Algumas regras poderiam ser simplificadas e mais claras, facilitando a compreensão geral.

Divergências de opiniões sobre a regra ou um lance de jogo são normais de acontecer. Uma discussão, sempre com respeito, pode ser muito enriquecedora. A reflexão é necessária para a evolução.

Mas é interessante quando percebo, principalmente ao dar palestras sobre as regras, alguém revoltado comigo ou com outro professor ao falar de algo textual de que discordam. Em uma palestra para treinadores de futebol, fui falar da regra 3, mais especificamente das trocas de posições entre um jogador e o goleiro. Perguntei quantas vezes era permitida essa mudança de posições em uma partida e, ao dar a resposta, a maioria se revoltou. A situação foi até engraçada, pois parecia que discordavam de mim, mas na verdade simplesmente estavam discordando das regras. Não fiz as regras! Quando transmito o texto e explico é em cima de algo com que de repente também posso não concordar completamente, ou em que faria alterações. A questão é se as regras e orientações existem devem ser cumpridas; não é porque o árbitro não concorda, pensa diferente, que irá criar suas próprias regras no jogo e descumprir as regras e as diretrizes dadas, senão os critérios ficarão cada vez mais distantes e então, sim, haverá motivo para questionar o árbitro, e não as regras, em decisões que as interpretações são mínimas ou nenhuma.

Se cada um começar a fazer suas próprias regras porque não concorda com as instruções passadas pela FIFA, a Board perderá seu papel. A pergunta “Quem é a FIFA na fila da sopa?” começará a fazer sentido nas leis do jogo.

A Internacional Board estuda todo ano sugestões de alterações nas regras. Algumas são testadas e aprovadas. Nada nos impede de enviar a eles ideias novas, porém, a necessidade de as regras serem compreendidas e aplicadas conforme textos, diretrizes e orientações é de extrema importância para uma maior uniformidade e critérios na arbitragem mundial.

Às vezes “brigamos”, discutimos e/ou discordamos das regras e diretrizes, não do árbitro, do comentarista, do colega. Porém, para isso é fundamental realmente conhecer as leis do jogo e as diretrizes da FIFA.

Você discorda de quem? Você concorda com o quê?

Compartilhe

Você pode gostar

Assine nossa newsletter

Toda sexta você receberá no seu e-mail os destaques da semana e as novidades do mundo do direito esportivo.