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Quem só de futebol entende, nem de futebol entende

Sem dúvida que o árbitro precisa não só conhecer, mas também dominar as leis do jogo para atuar em uma partida. Porém, o árbitro que entra em campo “com um livro de regras embaixo do braço” dificilmente terminará um jogo. Aplicar as regras é fundamental para o futebol, mas é preciso ir muito além das regras, é preciso conhecer de arbitragem.

Quem entende só de arbitragem nem de arbitragem entende.

Precisa conhecer o jogo, entender de futebol, saber como uma partida se desenvolve, lidar com o imprevisível, ter leitura de jogo, controle da partida, antecipação mental, bom preparo físico, tomada de decisão, conhecer de gestão (principalmente de pessoas), ter liderança, saber trabalhar em equipe e muito mais.

Mas quem entende só de futebol também nem de futebol entende.

Há todo um contexto em seu ambiente, seja ele interno, seja externo. Há tática, mas também uma questão cultural, há estratégia, mas também uma questão social, há business, mas também há paixão, há vidas e muito mais coisas envolvidas.

Ser árbitro(a) não é simples como às vezes pode parecer, ou melhor, para realmente se ter sucesso é preciso ser diferenciado.

Estudar constantemente e não apenas as regras, treinar, abdicar, cuidar do social e mental, isto é, gerir toda uma carreira. Sim, estou falando que hoje um árbitro precisa pensar em gestão de carreira em curto, médio e longo prazos.

É cuidar de si, investir, ter foco para alcançar seus objetivos, sejam lá quais eles forem.

Ao pensar em gestão de carreira, é relevante considerar pontos distintos entre os gêneros; por exemplo, a gravidez de uma mulher que a afasta dos campos, mesmo que seja por tempo determinado, coisa que já não acontece com os homens. Abrindo um parêntese sobre esse assunto, seria importante algum regulamento que não prejudique a carreira de uma árbitra em função da gestação.

Atualmente a arbitragem não tem nada de profissional, apesar de a Lei n° 12.867/13, sobre a regulamentação da profissão, existir. Mas não há mais espaço no futebol de hoje para um árbitro “amador”; o profissionalismo está na atitude de cada um, na forma de gerir sua carreira, nos objetivos que se tem, nos procedimentos que se cumprem e nos resultados apresentados dentro e fora do campo, assim como qualquer outro profissional.

Costumo deixar a seguinte mensagem aos términos das minhas palestras: “Você pode perder para outra pessoa, mas não pode perder para você mesmo”. Ao realizar um autoinvestimento, ter foco e objetivos definidos, metas a serem cumpridas, um nome a honrar, estudar, treinar, só se tem a ganhar.

“Não é só regra, não é só arbitragem, não é só futebol, nunca será apenas um jogo.”

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