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Regra do jogo: ninguém questionou o cartão amarelo para o jogador que atrapalhou reposição de bola do goleiro

Na final do Campeonato Alagoano, o atacante do CSA, Patrick Fabiano, recebeu cartão amarelo aos 9 minutos de jogos por atrapalhar a reposição de bola do goleiro. O jogador não reclamou, seus companheiros tampouco, o seu treinador também não, e nem sequer a imprensa que acompanhava a partida contestou o cartão – nem durante nem após o término.

Isso quer dizer que um jogador pode atrapalhar a reposição de bola do goleiro?

Não. O texto da regra do jogo diz: “Um tiro livre indireto será concedido à equipe adversária de um jogador que: impedir o goleiro de jogar ou tentar jogar a bola com as mãos ou com os pés quando estiver em processo de colocação da bola em disputa.”

 

Pela regra, considera-se que o goleiro tem a posse de bola quando:

“• mantiver a bola nas mãos ou quando a bola se encontrar entre sua mão e uma superfície (por exemplo, o chão, seu corpo) ou quando estiver tocando na bola com qualquer parte das mãos ou braços, exceto se a bola rebota nele ou mesmo depois de fazer uma defesa deliberada; • tiver a bola na palma da mão aberta; • estiver quicando a bola no chão ou jogando-a para o ar.
Durante o período em que o goleiro estiver com controle ou domínio da bola com as mãos nenhum adversário pode disputar a bola com ele.”

 

Patrick não cometeu uma falta, mas sim uma infração à regra, punível com um tiro livre indireto, conforme o texto acima. Dessa forma, o árbitro acertou na marcação.

Porém, a regra em nenhum momento diz que tal infração deverá ser punida com cartão amarelo. Onde está escrito sobre o tiro livre indireto, como observado acima, é prevista a infração, já no texto sobre a posse de bola; no final, nota-se que nenhum adversário pode disputar a bola. Ainda há na regra os motivos claros de quando deve ser aplicado cartão amarelo – e não consta que nessa situação o árbitro deve mostrá-lo ao jogador infrator.

Ah, mas não pode ser aplicado por retardar o reinício de jogo? Não, não pode, pois a bola está em jogo, então não há como atrasar o reinício.

 

Não é a primeira vez que um cartão é aplicado para um jogador que impede a reposição de bola do goleiro, algo visto no vídeo do Ronaldinho Gaúcho (na Europa) e também no vídeo abaixo. Porém, o cartão não se encaixa na regra pela simples ação de atrapalhar a reposição. Poderá ser aplicado um cartão se a forma de impedir for uma ação temerária ou com uso de força excessiva; todavia, isso se encaixa em outra parte da regra e dificilmente ocorre nessas situações.

 

E por que ninguém reclama? Justamente porque poucos realmente conhecem as regras do esporte que praticam, com o qual trabalham, que comentam, assistem, torcem, patrocinam.

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