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Se partida do Flamengo for cancelada por questão de segurança, clube não ganhará pontos. Entenda

A partida de estreia do Flamengo na Libertadores 2022, contra o Sporting Cristal, no Peru, tem grandes chances de ser adiada. Isso porque o presidente do país, Pedro Castillo, decretou estado de emergência em Lima e Callao, e determinou toque de recolher até o final desta terça-feira (5), data do confronto, por conta de protestos populares contra a alta dos preços dos combustíveis e fertilizantes. O clube carioca já está em solo peruano, e aguarda pelo desfecho da situação. Se de fato o jogo não for realizado, o que pode acontecer? O Rubro-Negro fica com os pontos? Para explicar os cenários possíveis, o Lei em Campo conversou com especialistas.

“O Flamengo não recebe os pontos. Isso só aconteceria caso o Sporting Cristal se recusasse a jogar estando a partida confirmada e o clube carioca presente (estaríamos lidando, portanto, com um caso de WO). O Manual de Clubes/Regulamento da Libertadores 2022 prevê que a ‘interrupção, suspensão e abandono do campo de jogo ou cancelamento da partida são o último recurso possível e somente poderão ocorrer quando houver uma ameaça clara e iminente à segurança dos jogadores, oficiais e/ou público’. Caso não haja condições de realizar a partida no Peru, a Conmebol, por meio da sua Diretoria de Competições e Operações, deverá reagendar a partida, possivelmente em local distinto. Não se trata de uma situação na qual um dos clubes teria dado causa a não realização da partida, portanto não vejo possibilidade de punição”, explica Fernanda Soares, advogada especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.

O advogado Alberto Goldenstein, especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo, entende que como se trata de uma “medida excepcional para a garantia da ordem pública”, a Conmebol deverá adiar o jogo e o Flamengo não herdará os pontos.

“Tudo dependerá de como a Conmebol se posicionará. Se o jogo for adiado pela entidade, não há perda de pontos. Caso a impossibilidade de realização da partida venha do governo local, aí sim é caso de punição aos peruanos e destinação da pontuação aos cariocas”, avalia Vinicius Loureiro, advogado especialista em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.

Fernanda Soares lembra de um episódio parecido que ocorreu na última edição da competição.

“No ano passado, a partida entre América de Cali e Atlético-MG, válida também pela Libertadores aconteceu em meio a protestos; a partida aconteceu em Barranquilla, na Colômbia, e precisou ser interrompida em razão do gás lacrimogênio. Naquela ocasião houve questionamento sobre a insistência na realização da partida enquanto as manifestações aconteciam e um dos motivos dos questionamentos era justamente o risco à integridade física dos atletas e dos demais profissionais que atuam durante a partida”, conta.

Logo após o pronunciamento do presidente, o ministro da Justiça do Peru afirmou que a partida marcada para o Estádio Nacional terá que ser adiada.

“Vai ter que ser remarcada. Não esqueçamos que em medidas excepcionais existem ações extraordinárias que devem ser adotadas. Um jogo de futebol não pode ter precedência sobre a tranquilidade do país”, declarou o ministro para a rádio “Exitosa Noticias”.

A imprensa peruana detalha que o decreto publicado no diário oficial do país determina que durante o estado de emergência só poderão seguir prestando serviços os profissionais considerados essenciais, como da área da saúde, distribuição de água, saneamento, eletricidade, gás, combustível, telecomunicações e atividades correlatas, limpeza e coleta de resíduos sólidos, serviços funerários, transporte de cargas e mercadorias.

Até o fechamento desta matéria, a Conmebol ainda não se manifestou a situação.

O Grupo H da Libertadores é composto por Flamengo (Brasil), Sporting Cristal (Peru), Universidad Católica (Chile) e Talleres (Argentina).

Crédito imagem: Flamengo

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