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Sonhos não envelhecem: bem-vinda de volta, NFL!

A NFL anunciou oficialmente que retornará ao Brasil em 5 de setembro de 2025. Depois da boa sorte que a partida em terras brasileiras representou para o Philadelphia Eagles, campeão no último Super Bowl, o time “mandante” da vez será o Los Angeles Chargers, com o adversário a ser definido nos próximos meses.

Está mais do que confirmada, portanto, a visão de que nosso país é um mercado altamente estratégico para a expansão internacional da mais poderosa liga esportiva norte-americana.

A expectativa, naturalmente, será por um resultado no mínimo semelhante ao do ano passado: Neo Química Arena lotada e mais de R$ 350 milhões gerados para a cidade de São Paulo.

Desde que New York Giants e Miami Dolphins se enfrentaram em Wembley no ano de 2007 para um público de 80.000 pessoas, jogos da NFL fora da América do Norte passaram a ser uma constante.

Houve idas esporádicas e circunstanciais ao México (2005) e ao Canadá (entre 2008 e 2013), mas foi após Londres que o caminho se abriu para que outros continentes recebessem partidas da temporada regular da liga.

Além da capital inglesa, a Europa ganhou outras sedes na Alemanha, com Munique (2022 e 2023) e Frankfurt (2023). Em 2025, Madri e Dublin se juntarão a esse grupo, recebendo, respectivamente, jogos do popular Miami Dolphins na Espanha e do tradicionalíssimo Pittsburgh Steelers na Irlanda.

Para a nossa alegria, a América do Sul marcará presença pelo segundo ano consecutivo, o que certamente tornou mais fácil que a Oceania conseguisse uma partida para 2026, em Melbourne (Austrália).

Para quem não sabe, além de se espelhar no alcance global que a NBA passou a ter especialmente depois dos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, a NFL se inspira também na MLB.

A liga de beisebol, há muito, disputa partidas na Ásia, em séries que costumam ocorrer no início da temporada regular ou em eventos especiais reunindo as grandes “marcas” da MLB e equipes locais.

Iniciada em 2000, a MLB Japan Opening Series levou jogos oficiais da temporada regular para o Japão, normalmente disputados no Tokyo Dome. Equipes de peso como New York Yankees, Boston Red Sox e Los Angeles Dodgers já fizeram a viagem ao outro lado do mundo.

A última edição ocorreu em 2019, quando o Oakland Athletics enfrentou o Seattle Mariners na partida que marcou a despedida do lendário atleta Ichiro Suzuki.

Em 2024, ocorreu pela primeira vez a MLB Korea Opening Series, com jogos entre os rivais Los Angeles Dodgers e San Diego Padres no Gocheok Sky Dome, em Seul.

A iniciativa resulta não só em sucesso comercial para a MLB em uma parte do mundo em que o beisebol é bastante relevante, mas igualmente na captação de jovens talentos que passam a integrar as categorias de base das equipes nos chamados Farm Systems e na disputa das Minor Leagues.

Quer entender como essa dinâmica funciona? Vamos lá!

Existem alguns níveis nos quais as “Ligas Menores” do beisebol se dividem: Triple-A (o nível mais alto antes da MLB), Double-A (com jogadores promissores que estão a poucos passos da liga principal), High-A (fase intermediária para desenvolvimento técnico e tático), Single-A (atletas que acabaram de chegar do Draft ou que estão em início de carreira) e Rookie Leagues (para jogadores mais jovens e prospectos internacionais).

O New York Yankees, por exemplo, tem as seguintes equipes afiliadas, cada uma atuando em um desses níveis: o Scranton/Wilkes-Barre RailRiders (Triple-A), o Somerset Patriots (Double-A), o Hudson Valley Renegades (High-A), o Tampa Tarpons (Single-A) e o FCL Yankees (Rookie Leagues). Existe ainda o DSL Yankees, que disputa uma competição na República Dominicana.

Além do fluxo histórico de atletas caribenhos, tem sido cada vez mais comum que jogadores asiáticos cheguem à MLB por essas vias. Mesmo o fenômeno Shohei Othani, já uma estrela no Oriente, seguiu esses passos ao se juntar ao Los Angeles Angels em 2017.

Daí vem a pergunta: e se a crescente presença da NFL no Brasil (e, quem sabe, de outras ligas) puder, um dia, em um futuro longínquo, resultar em times brasileiros afiliados às equipes norte-americanas, servindo como estruturas para “garimpar” e “lapidar” talentos estrangeiros ao mesmo tempo em que consolidam marcas para um público consumidor cada vez maior?

Ora, um jogo de temporada regular da NFL no Brasil era um sonho igualmente distante para aqueles que passaram tardes, noites e madrugadas, durante décadas, assistindo somente pela televisão. E já estamos caminhando para o nosso segundo jogo em dois anos…

Enfim, permitam-me sonhar! Como diz a canção, sonhos não envelhecem. Bem-vinda de volta, NFL! E volte sempre!

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