Uma tensão diplomática causou o cancelamento da partida entre Sepahan, do Irã, e Al-Ittihad, da Arábia Saudita, pela Champions League da Ásia, nesta segunda-feira (2). O clube saudita se recusou a entrar em campo devido a um busto do ex-general iraniano Qassem Soleimani, que estava na saída do túnel do vestiário do estádio Naghsh-e Jahan.
Os jogadores do Al-Ittihad não subiram ao gramado para o aquecimento e se retiraram do estádio por conta do busto. O elenco saudita também reclamou de faixas com mensagens políticas na torcida do Sepahan. A partida estava prevista para começar às 13h (de Brasília), mas teve seu início atrasado e, em seguida, acabou cancelada.
O Al-Ittihad aceitou entrar em campo caso a estátua do ex-general fosse retirada do gramado. No entanto, os administradores do estádio não aceitaram o pedido, e o clube saudita manteve a decisão de abandonar o local e retornar para casa.
A arbitragem relatou o cancelamento da partida como “violação por parte do clube anfitrião dos requisitos solicitados pela Confederação Asiática de Futebol (AFC)”. A administração da confederação asiática decidirá em breve se vai computar três pontos para o Al-Ittihad ou se vão remarcar o jogo. Importante lembrar que a FIFA proíbe manifestações políticas em partidas e, especialmente, pelos clubes.
“A partida do Grupo C da AFC Champions League 2023/24 entre Sepahan FC e Al Ittihad FC, que estava programada para acontecer esta noite no Estádio Naghsh-e-Jahan, em Isfahan, foi cancelada devido a circunstâncias imprevistas. A AFC reitera o seu compromisso em garantir a segurança dos jogadores, árbitros, espectadores e todas as partes interessadas envolvidas. Este assunto será agora encaminhado às comissões competentes”, disse a federação em comunicado.
Qassem Soleimani era líder da Guarda Revolucionária Islâmica e morreu em janeiro de 2020, em Bagdá, no Iraque, após um bombardeio aéreo ordenado pelos Estados Unidos. Sua morte gerou muita tensão na região à época. Soleimani era muito próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que ocupa o posto há mais de 30 anos.
Irã e Arábia Saudita são vizinhos que disputam o domínio da região há décadas. A tensão entre os países é gerada por diferenças religiosas no islã. O Irã é majoritariamente xiita, enquanto a Arábia Saudita se vê como sunita e líder do mundo muçulmano.
Crédito imagem: Itti Mania/Divulgação/Twitter
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